4. Até o século XIX, a teoria e a crítica literárias estiveram circunscritas ao âmbito da
Filosofia, e também ao da historiografia, então em franco desenvolvimento. No século
XX, o advento da Linguística promoveu um certo afastamento entre a Filosofia e os
estudos literários, que divisaram no estudo intrínseco do texto a possibilidade do
específico literário, empreitada a que se lançaram o formalismo russo, o estruturalismo e
o new criticismo norte-americano, correntes que se contrapunham à primazia da história,
que assentava raízes na tradição estética hegeliana. Nesse período se produziu extenso
instrumental analítico para o enfrentamento do texto, cujo resultado apontou para a necessidade de interlocução com outras áreas do saber dados os implicantes na construção
dos sentidos. As grandes áreas que acabam compondo essa interlocução são
principalmente a Sociologia, com a abordagem Literatura e sociedade desenvolvida por
Antônio Candido, e a História, que nunca deixou de estar presente nos estudos literários
em abordagens como a de Hayden White com Metahistória: a imaginação histórica do
século XIX e Teoria literária e escrita da História, ou mesmo Paul Ricouer em Tempo e
Narrativa em que evidencia aproximações entre a temporalidade da historiografia e do
discurso literário.
A crítica de cunho filosófico, embora sem a grande repercussão das anteriores, será
também evocada no enfrentamento do literário. Os vínculos com a Filosofia nunca se
romperam totalmente: a Poética de Aristóteles, considerada texto fundador dos estudos
literários, continua a ser lida e reinterpretada; assim como a Teoria do romance de Lukács,
para ficarmos em dois exemplos antológicos. Ainda, fenomenologia e hermenêutica
fornecem bases teóricas para uma tradição crítica a que podemos alinhar, entre outros,
Benedito Nunes, Alfredo Bosi, Eduardo Coutinho. Trata-se de uma linhagem de estudos
que exercita um modo diverso de leitura do texto literário ao atentar para as correlações
entre Filosofia e Literatura, abrindo novas sendas interpretativas ao conjugar também as
conquistas linguísticas em seu fazer crítico.
-Com base no texto, marque abaixo a alternativa correta.
a) texto passa a mensagem de que a abordagem sociológica foi a única responsável por
manter o vínculo histórico entre a Filosofia e a Literatura.
b) O último parágrafo do texto expõe que a pesar das diversas abordagens no decorrer da
história, referentes à Filosofia e a Literatura, “os vínculos com a Filosofia nunca se
romperam totalmente: a Poética de Aristóteles, considerada texto fundador dos estudos
literários, continua a ser lida e reinterpretada; assim como a Teoria do romance de Lukács,
para ficarmos em dois exemplos antológicos”.
c) O texto trata de maneira sistemática sobre a empreitada de estudiosos como Antônio
Cândido, por parte da Sociologia, e de Hayden White com Metahistória, por parte da
História, em estabelecer um campo unifique a Filosofia e Literatura como saberes
sinônimos.
d) O texto destaca que a Poética de Aristóteles foi a obra fundamental para reconhecer o
vínculo entre a Filosofia e a Literatura.
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Letra B
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