• Matéria: Português
  • Autor: gabrieliguido69776
  • Perguntado 4 anos atrás

Iracema
José de Alencar
Iracema cantava docemente, embalando a rede para acalentar o filho.
A areia da praia (crepitar – passado) _____________sob o pé forte e rijo do guerreiro tabajara, que vinha das bordas do mar depois da abundante pesca.
A jovem mãe cruzou as franjas da rede, para que as moscas não inquietassem o filho acalentado, e foi ao encontro do irmão:
- Caubi vai tornar às montanhas dos tabajaras! Disse ela com brandura.
O guerreiro anuviou-se:
- Tu despedes teu irmão da cabana para que ele não veja a tristeza que a enche.
- Araquém teve muitos filhos em sua mocidade; uns a guerra (levar – passado) ____________levou e (morrer – passado) _______________como valentes; outros escolheram uma esposa e (gerar – passado) ___________por sua vez numerosa prole; filhos de sua velhice, Araquém só teve dois. Iracema é a rola que o caçador tirou do ninho. Só resta o guerreiro Caubi ao velho Pajé, para suster seu corpo vergado e guiar seu passo trêmulo.
- Caubi partirá quando a sombra deixar o rosto de Iracema.
- Como a estrela que só brilha de noite, vive Iracema em sua tristeza. Só os olhos do esposo (poder – presente) ___________apagar a sombra em seu rosto. Parte, para que eles não se turvem com tua vista.
- Teu irmão parte para te fazer a vontade; mas ele voltará todas as vezes que o cajueiro florescer para sentir em seu coração o filho de teu ventre.
Entrou na cabana. Iracema tirou da rede a criança; e ambos, mãe e filho, (palpitar- passado) ________________sobre o peito do guerreiro tabajara. Depois Caubi passou a porta e sumiu-se entre as árvores.
Iracema, arrastando o passo trêmulo, o acompanhou de longe até que o perdeu de vista na orla da mata. Aí parou: quando o grito de jandaia, de envolta com o choro infantil, a chamou à cabana, a areia fria, onde esteve sentada, guardou o segredo do pranto que embebera.
A jovem mãe suspendeu o filho à teta; mas a boca infantil não emudeceu. O leite escasso não apojava o peito.
O sangue da infeliz diluía-se todo nas lágrimas incessantes que não lhe (estancar – passado) ________________ nos olhos; pouco chegava aos seios, onde se forma o primeiro licor da vida.
Ela dissolveu a alva carimã e preparou ao fogo o mingau para nutrir o filho. Quando o sol dourou a crista dos montes, partiu para a mata, levando ao colo a criança adormecida.
Na espessura do bosque estava o leito da irara ausente; os tenros cachorrinhos grunhem enrolando-se uns sobre os outros. A formosa tabajara aproxima-se de manso.
Prepara para o filho um berço da macia rama do maracujá: e senta-se perto.
Põe no regaço um por um os filhos da irara e lhes abandona os seios mimosos, cuja teta rubra como a pitanga ungiu do mel da abelha. Os cachorrinhos famintos sugam os peitos avaros de leite.
Iracema curte dor, como nunca sentiu; parece que lhe (exaurir – presente) ________________a vida; mas os seios vão-se intumescendo; (apojar – passado) ________________ afinal, e o leite, ainda rubro do sangue de que se formou, esguicha.
A feliz mãe arroja de si os cachorrinhos, e, cheia de júbilo, mata a fome ao filho. Ele é agora duas vezes filho de sua dor, nascido dela e também nutrido.
A filha de Araquém (sentir- passado) ______________afinal que suas veias se (estancar – passado) ____________; e contudo o lábio amargo de tristeza recusava o alimento que devia restaurar-lhe as forças.
O gemido e o suspiro (ter – passado) ___________________crestado o sorriso e o sabor em sua boca formosa.

Exercícios

01. Que personagens participam do texto?
02. Que trecho do texto indica que Iracema deseja que o irmão vá embora?
03. De acordo com o irmão de Iracema, por que a índia deseja que ele parta?
04. De acordo com Iracema, por que Caubi tem que partir?
05. Caubi concorda com Iracema ou parte para não a contrariar? Justifique com um trecho do texto.
06. “Caubi partirá quando a sombra deixar o rosto de Iracema”, o que Caubi quer dizer ao utilizar a palavra sombra?
07. Ao explicar sua situação ao irmão, a que Iracema se compara no texto?
08. Quem é o pai de Iracema e Caubi?
09. O texto nos permite perceber os motivos da tristeza que corrói o íntimo de Iracema? Em caso afirmativo apresente o motivo.
10. De que maneira Iracema consegue produzir leite para seu filho?
11. Que adjetivo você atribui a Iracema pelas atitudes dela nesse trecho? Justifique o adjetivo que você escolheu.

Respostas

respondido por: andriellejso
1

Resposta:

O texto:

Iracema cantava docemente, embalando a rede para acalentar o filho.

A areia da praia crepitou sob o pé forte e rijo do guerreiro tabajara, que vinha das bordas do mar depois da abundante pesca.

A jovem mãe cruzou as franjas da rede, para que as moscas não inquietassem o filho acalentado, e foi ao encontro do irmão:

- Caubi vai tornar às montanhas dos tabajaras! Disse ela com brandura.

O guerreiro anuviou-se:

- Tu despedes teu irmão da cabana para que ele não veja a tristeza que a enche.

- Araquém teve muitos filhos em sua mocidade; uns a guerra levou e morreram como valentes; outros escolheram uma esposa e geraram por sua vez numerosa prole; filhos de sua velhice, Araquém só teve dois. Iracema é a rola que o caçador tirou do ninho. Só resta o guerreiro Caubi ao velho Pajé, para suster seu corpo vergado e guiar seu passo trêmulo.

- Caubi partirá quando a sombra deixar o rosto de Iracema.

- Como a estrela que só brilha de noite, vive Iracema em sua tristeza. Só os olhos do esposo podem apagar a sombra em seu rosto. Parte, para que eles não se turvem com tua vista.

- Teu irmão parte para te fazer a vontade; mas ele voltará todas as vezes que o cajueiro florescer para sentir em seu coração o filho de teu ventre.

Entrou na cabana. Iracema tirou da rede a criança; e ambos, mãe e filho, palpitaram sobre o peito do guerreiro tabajara. Depois Caubi passou a porta e sumiu-se entre as árvores.

Iracema, arrastando o passo trêmulo, o acompanhou de longe até que o perdeu de vista na orla da mata. Aí parou: quando o grito de jandaia, de envolta com o choro infantil, a chamou à cabana, a areia fria, onde esteve sentada, guardou o segredo do pranto que embebera.

A jovem mãe suspendeu o filho à teta; mas a boca infantil não emudeceu. O leite escasso não apojava o peito.

O sangue da infeliz diluía-se todo nas lágrimas incessantes que não lhe estancavam nos olhos; pouco chegava aos seios, onde se forma o primeiro licor da vida.

Ela dissolveu a alva carimã e preparou ao fogo o mingau para nutri o filho. Quando o sol dourou a crista dos montes, partiu para a mata, levando ao colo a criança adormecida.

Na espessura do bosque estava o leito da irara ausente; os tenros cachorrinhos grunhem enrolando-se uns sobre os outros. A formosa tabajara aproxima-se de manso.

Prepara para o filho um berço da macia rama do maracujá: e senta-se perto.

Põem no regaço um por um os filhos da irara e lhes abandona os seios mimosos, cuja teta rubra como a pitanga ungiu do mel da abelha. Os cachorrinhos famintos sugam os peitos avaros de leite.

Iracema curte dor, como nunca sentiu; parece que lhe exaurem a vida; mas os seios vão-se intumescendo; apojaram afinal, e o leite, ainda rubro do sangue de que se formou, esguicha.

A feliz mãe arroja de si os cachorrinhos, e, cheia de júbilo, mata a fome ao filho. Ele é agora duas vezes filho de sua dor, nascido dela e também nutrido.

A filha de Araquém sentiu afinal que suas veias se estancavam; e, contudo o lábio amargo de tristeza recusava o alimento que devia restaurar-lhe as forças.

O gemido e o suspiro tinham crestado o sorriso e o sabor em sua boca formosa.

Explicação:

As perguntas eu não sei as respostas.

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