• Matéria: Português
  • Autor: inagiosantos4
  • Perguntado 4 anos atrás

Barulho feito com as mãos batendo​

Respostas

respondido por: OtakinhoLegal1038
1

Resposta:

Isso se chama bater palmas

respondido por: mariaceciliabalbino
0

Resposta:

Assim teve início a Era da Muralha. Para Salinger foi um período de preocupação intensificada com questões espirituais, assinalada na célebre para mostrar diante da muralha já haviam se tornado rotina. Que Salinss", dos irmãos Marx, e a um episódio de "I Love Lucy".

epígrafe sobre o silêncio que, naquele ano, ele acrescentou à edição em capa dura de sua primeira coleção de contos, "Nove Estórias": "Conhecemos o som de duas mãos batendo palmas. Mas qual é o som de uma mão batendo palmas?"

Esse é um koan, o que significa, no zen budismo, uma pergunta sem sentido feita a um discípulo e para a qual ele tem de encontrar uma resposta.

Os budistas acreditam que a meditação necessária para encontrar a resposta pode levar à iluminação. Tudo isso só intensificava a aura de mistério: o que estava acontecendo por trás da muralha, que tipo de busca silenciosa? A muralha excluía o mundo, mas também o atraía, inspirando buscas próprias, especulações desvairadas. Num de seus contos posteriores, o narrador/alter ego de Salinger fala dos boatos de que teria passado "seis meses de um ano num mosteiro budista e os outros seis numa instituição para doentes mentais".

Também houve muitos indicativos de normalidade: o casamento com uma jovem inglesa, Claire Douglas; os filhos, Matt e Peggy; o relacionamento de um ano com a jovem escritora Joyce Maynard, que viveu com ele durante esse período, e, depois, outro casamento. O homem não era um ermitão ou monge total. Mas havia a crescente percepção de que a muralha que mantinha o mundo fora de sua casa havia, de algum modo, conseguido aprisionar Salinger.

No romance de DeLillo sobre um escritor que lembra Salinger, há um paralelo implícito entre um poeta que é feito refém por terroristas num porão em Beirute e o romancista feito refém em seu quartinho, refém do terror da celebridade -ou da assustadora magnitude de sua própria visão da perfeição.

A filosofia curativa de Salinger se revela

O mínimo que se podia dizer é que a muralha parecia, cada vez mais, encerrar sua obra por trás dela. Nos 12 anos que se seguiram à sua construção, em 1953, Salinger publicou apenas quatro contos. Depois vieram "Hapworth" e 32 anos de silêncio.

Entre seus leitores e críticos, havia uma crescente sensação de que ele estava se emparedando também imaginativamente, escrevendo de maneira cada vez mais obsessiva sobre o fechamento em si da família Glass (a família Corleone dos círculos literários sensíveis), uma grande família de Nova York cujos sete filhos são assombrados e atormentados de diversas maneiras pela enigmática espiritualidade -e o misterioso suicídio- do primogênito, Seymour.

Guru, poeta, avatar, ex-criança prodígio e celebridade infantil de "quiz shows", o próprio Seymour, como ficamos sabendo no conto "Hapworth" (que assume a forma bizarra de uma carta de 20 mil palavras escrita por um Seymour de sete anos de idade, impossivelmente precoce, para sua família desde um acampamento de férias), é assombrado por visões de suas vidas passadas -seus "aparecimentos" em encarnações passadas, como os descreve. E também pela premonição de sua própria morte, o suicídio a tiros descrito de maneira críptica em "Um Dia Ideal para os Peixes-Banana" -um conto, um suicídio, que rendeu mil dissertações de PhD, todas procurando explicar por que Seymour se silenciou.

Estaria Salinger cometendo um suicídio artístico lento no interior da muralha, silenciando-se dentro da casa de vidro de sua crônica da família Glass (vidro, em inglês)? Ou teria ele atingido algum novo e estranho nível de transcendência espiritual ou artística, uma escrita que já não necessitava do reconhecimento de ego garantido pela publicação e pelos leitores, pelo menos durante sua vida? Ou -idéia pavorosa- estaria escrevendo agora apenas para os olhos de Deus, planejando dar uma de Gogol e queimar sua obra antes de morrer?

Alguns de nós, que nos preocupávamos com isso, corremos para procurar fotocópias pálidas do conto "Hapworth" e vasculhá-las à procura de pistas, quando foi feito o anúncio da decisão de Salinger de voltar a permitir a história de uma vida fora dos limites da muralha. Em um momento de "Hapworth" -a obra mais hermética e auto-referencial de Salinger- o pequeno Seymour Glass parece oferecer alguns indícios sobre o silêncio de seu criador.

Ao falar da lição de casa cármica que precisa fazer, Seymour menciona a necessidade de "me mover o mais silenciosamente possível" e depois cita um sábio oriental, Tsiang Samdup (de maneira que pressupõe que estejamos familiarizados com sua autoridade) comentando o silêncio: "Silêncio! Saiam para o mundo, mas não digam a homem algum", nos recomenda o honorável Samdup, segundo o pequeno Seymour.

Isso possivelmente ofereça uma pista quanto ao que Salinger talvez esteja fazendo: continuando a sair para o mundo com seu trabalho, mas não dizendo a homem algum o que escreveu. Possivelmente até estar a caminho de sua próxima encarnaç

Explicação:

palmas

Perguntas similares