6) A sentença que melhor retrata o desespero dos
moradores mediante a ameaça do incêndio é a
seguinte:
(A) "O pátio e a rua enchiam-se agora de camas velhas
e colchões espocados”.
(B) “Ninguém se conhecia naquela zumba de gritos
sem nexo [...]".
(C) A bruxa surgiu à janela da sua casa, como à boca de
uma fornalha acesa".
(D) "Homens e mulheres corriam de cá para lá com os
tarecos ao ombro, numa balburdia de doidos”.
(E) "E ela ria-se, ébria de satisfação, sem sentir as
queimaduras e as feridas, vitoriosa no meio
daquela orgia de fogo (...)".
Respostas
Resposta:
D)
Explicação:
.....................
A sentença que melhor retrata o desespero dos moradores mediante a ameaça do incêndio é: "Homens e mulheres corriam de cá para lá com os tarecos ao ombro, numa balburdia de doidos”. Por causa disso, deve ser marcada a alternativa D.
A importância da correta escolha de palavras em um texto
A escolha de palavras é crucial para que o leitor sinta da forma como deseja o autor, que queria passar uma sensação desesperadora, e por isso ele usa adjetivos.
Pode-se perceber o desespero dos moradores com a ameaça de incêndio pelo fato de que todos eles se puseram a correr de forma desordenada, como indica o autor do texto "O Cortiço".
Texto do enunciado:
O cortiço
Fechou-se um entra-e-sai de marimbondos defronte daquelas cem casinhas ameaçadas pelo fogo. Homens e mulheres corriam de cá para lá com os tarecos ao ombro, numa balbúrdia de doidos. O pátio e a rua enchiam-se agora de camas velhas e colchões espocados. Ninguém se conhecia naquela zumba de gritos sem nexo, e choro de crianças esmagadas, e pragas arrancadas pela dor e pelo desespero. Da casa do Barão saíam clamores apopléticos; ouviam-se os guinchos de Zulmira que se espolinhava com um ataque. E começou a aparecer água. Quem a trouxe? Ninguém sabia dizê-lo; mas viam-se baldes e baldes que se despejavam sobre as chamas.
Os sinos da vizinhança começaram a badalar.
E tudo era um clamor.
A Bruxa surgiu à janela da sua casa, como à boca de uma fornalha acesa. Estava horrível; nunca fora tão bruxa. O seu moreno trigueiro, de cabocla velha, reluzia que nem metal em brasa; a sua crina preta, desgrenhada, escorrida e abundante como as das éguas selvagens, dava-lhe um caráter fantástico de fúria saída do inferno. E ela ria-se, ébria de satisfação, sem sentir as queimaduras e as feridas, vitoriosa no meio daquela orgia de fogo, com que ultimamente vivia a sonhar em segredo a sua alma extravagante de maluca.
Ia atirar-se cá para fora, quando se ouviu estalar o madeiramento da casa incendiada, que abateu rapidamente, sepultando a louca num montão de brasas.
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