Leia o texto abaixo, lido e discutido na última aula, e, na sequência, produza
um quadro com 5 exemplos de Fato e 5 exemplos de Opinião colocados no
texto. O objetivo é analisar como você percebe as diferentes entre o que pode
ser considerado fato ou opinião! Boa atividade!
Violência contra a mulher
Falar em violência contra a mulher parece assunto velho. E é. A brutalidade
ocorre desde tempos imemoriais. Estados, religiões e famílias a naturalizaram.
Não são poucos os países que ainda hoje, no século 21, têm leis que autorizam
parente a assassinar a mulher suspeita de “manchar a honra do clã”. Talvez a
banalização da barbárie tenha raízes na criação do mundo. Mitos associam a
figura feminina a sofrimento. Os gregos falam em Pandora. Ela, quando veio à
Terra, trouxe uma caixa que, aberta, deixou escapar os males que maltratam o
planeta. Os cristãos se referem a Eva. Ao comer a maçã, a primogênita privou os
humanos do paraíso.
Os séculos passaram, a ciência avançou, a humanidade evoluiu. Apesar do
salto civilizatório, porém, impulsos bárbaros se mantêm. Homens continuam
batendo em mulheres. A prática não se restringe a nações pobres ou ricas,
desenvolvidas ou subdesenvolvidas, com maioria da população feminina ou
masculina. É geral.
A pandemia agravou o quadro calamitoso. Por causa da imposição do
isolamento social, os membros das famílias viram-se obrigados a conviver por
mais horas durante o dia. Crianças deixaram de ir à escola, e o trabalho passou a
ser feito em casa. A proximidade contribui para acirrar conflitos e ampliar a
intolerância. O consumo de álcool também desempenha papel importante no
processo.
Confirmou-se o temor de que uma das consequências da Covid-19 seria o
incremento da violência doméstica. O registro de abusos disparou. Valem
exemplos da América Latina, onde quase 20 milhões de adultas e meninas sofrem
violência sexual e física por ano. Na Colômbia e no México, ataque a mulheres
saltou 50% de janeiro a abril em comparação com o mesmo período de 2019. O
feminicídio na Venezuela cresceu 65% em abril.
O Brasil não foge à regra. O Ligue 180, do governo federal, anotou em abril
aumento de 40% no número de denúncias e de 22% no de feminicídios. Ninguém
duvida de que a cifra deva ser maior por causa da subnotificação. As queixas
presenciais despencaram porque as delegacias integraram as regras de
isolamento.
Iniciativas da sociedade contribuem para atenuar os percentuais do horror:
um X vermelho de batom pintado na palma da mão, um botão de pânico em
aplicativo de loja online de eletroeletrônicos, vídeo fake de automaquiagem que
orienta a pedir socorro. É importante que todos se deem as mãos. Vizinhos,
amigos e parentes têm de ignorar a tal história de que em briga de marido e
mulher ninguém mete a colher. Mete sim. São vidas que precisam ser salvas.
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A brutalidade ocorre desde tempos imemoriais. Estados, religiões e
famílias a naturalizaram.
Não são poucos os países
que ainda hoje, no século 21,
têm leis que autorizam parente
a assassinar a mulher suspeita de
"manchar a honra do clã".
Talvez a banalização da
barbárie tenha raízes na criação
do mundo
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