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Após a II Guerra Mundial, a URSS converteu-se, lado a lado aos EUA, numa das maiores potências mundiais. Tem início um período de tensão mundial que ficou conhecido como Guerra Fria, que contrapôs por quase 45 anos os dois maiores arsenais do mundo, o norte-americano e o soviético. Ao mesmo tempo em que essas forças antagônicas se confrontavam internacionalmente, dentro da URSS, o final dos anos 50 e início dos anos 60 presenciaram alguns dos momentos mais prósperos do país. Ocorreram sérias melhoras na oferta de produtos para o consumo da população (nada comparável aos níveis de consumo do mundo capitalista ocidental, mas para os níveis soviéticos, um grande progresso), aumento da oferta de moradias e, grande glória soviética, a saída na frente na corrida espacial: o lançamento da primeira nave espacial não tripulada (o Sputinik), o lançamento do primeiro ser vivo no espaço (a cachorrinha Laika) e, pouco depois, o lançamento do primeiro cosmonauta, Yuri Gagarin, que voltou são e salvo.
Na política mundial, a URSS mostrava seu poderio militar e a capacidade de influência ideológica, opondo-se aos EUA onde quer que a Guerra Fria assim demandasse. Dessa forma, assiste-se à Guerra da Coréia, à Crise dos Mísseis em Cuba, à construção do muro de Berlim e ao recrudescimento do conflito do Vietnã. A indústria bélica soviética, impulsionada pela corrida com os EUA, crescia a passos largos, desenvolvendo armas, bombas atômicas e de hidrogênio cada vez mais poderosas e sofisticadas.
União Soviética
A URSS entre 1945 e 1991
Esse desenvolvimento militar não foi, entretanto, acompanhado pela indústria de consumo civil, que na década de 70 se viu ultrapassada em qualidade e oferta pelos produtos do mundo capitalista ocidental. Em outra frente, a agrícola, as coisas iam de mal a pior: por ineficiência técnica e problemas climáticos (invernos rigorosos), as colheitas soviéticas declinavam vertiginosamente. Em meados dos anos 70, a URSS foi obrigada a importar trigo do ocidente, com produtos vindos da Europa, EUA e até Argentina. O governo soviético de Leonid Brezhnev, ciente da necessidade de direcionar para o setor civil parte do desenvolvimento obtido na indústria bélica, tentava esvaziar a corrida armamentista, assinando com os EUA vários acordos para redução da fabricação de mísseis, como os acordos SALT.
Entretanto, a envelhecida liderança soviética não era capaz, por comodismo ou ineficiência, de promover as mudanças radicais de que a URSS precisava. Assim se passam os anos 70. As coisas se aceleram na década de 80. Do outro lado do Atlântico, chega ao poder dos EUA Ronald Reagan, que, como presidente do conservador Partido Republicano, vê na URSS um mortal inimigo a ser combatido em todas as frentes. O governo norte-americano passa a armar as guerrilhas afegãs, afundando a URSS numa guerra de desgaste violento. Por sugestão do presidente, a indústria de guerra americana começa a desenvolver um sistema de defesa espacial antimísseis, que ficou conhecido como “Guerra nas Estrelas”. Isso era muito para a indústria bélica soviética e as velhas lideranças do PC. Em 1982, morre Leonid Brezhnev, substituído por Yuri Andropov. Dois anos depois Andropov também morre e é substituído por Constantin Tchernenko, que em menos de um ano também falece. Estava aberto o caminho para a nova liderança. Sobe ao poder em 1985, como secretário-geral do Partido Comunista da URSS, Mikhail Gorbachev. Pela primeira vez a URSS tem um líder que não havia participado da Revolução Russa ou da II Guerra Mundial, alguém que havia feito carreira dentro das universidades soviéticas, que havia participado do governo, como Ministro da Agricultura, e conhecia de perto os problemas que a URSS vinha enfrentando.