• Matéria: Português
  • Autor: pedro2523568
  • Perguntado 4 anos atrás

Texto: SOU O QUE SOU

De repente, aquela garota ficou com uns quilinhos a mais e, por isso, se nega a sair com os amigos enquanto não emagrecer. Já um desses amigos, que é apaixonado por ela, sente-se cada vez mais feio e isolado porque o rosto se encheu de espinhas e o nariz não para de crescer. Cada um em seu canto, os dois têm um sonho em comum: ser o que não são. Ela gostaria de ser a Gisele Bundchen, e ele, o Rodrigo Santoro. Como seria se eles fossem eles mesmos?

SOCORRO, SOU FOFO

O autor, numa crise de autoestima (e de autocrítica) – quem não passa por isso?
Tá bom, eu admito. Não adianta negar, fingir é inútil, de nada vale lutar contra os fatos. Uma hora na vida a gente tem que assumir, se contentar com o que tem, olhar diante do espelho e aceitar o que ele nos devolve: sou fofo mesmo, e daí?
Se pudesse escolher, eu não seria. Queria ser um cara irresistível, musculoso, alto, desses que fazem as mulheres suspirarem quando passam e cochicharem, vermelhinhas: “Nossa, que homem!” Eu as esnobaria, as trataria mal. E elas sempre voltariam aos meus braços, claro.
Infelizmente, a natureza não me deu os traços, os bíceps, a altura, a voz e outros requisitos necessários para me candidatar a um cargo de Rodrigo Santoro, de Du Moscovis ou Clint Eastwood na juventude. (Sim, meninas, aquele “tiozinho” de A menina de Ouro foi um dos maiores galãs de faroeste.) Não bastassem as deficiências genéticas, uma boa educação acabou de vez com a possibilidade de uma personalidade canalha, uma postura cafajeste ou, mínimo, uma arrogância esnobe.


Assim sendo, tive desde cedo que apelar para técnicas mais complexas de persuasão, como a gentileza, o bom papo, as piadas e outras compensações. E não tardou, tendo trilhado com esforço esse caminho, para começar a ouvir os primeiros: “Ai, você é muito fofo”!
No começo eu achava. Reclamava, soltava uns palavrões, dava uma ou duas cusparadas no chão, fechava a cara. Digamos que, diante da possibilidade de ser visto como ursinho de pelúcia, eu afastava quaisquer equívocos apertando a opção “Conan, o Bárbaro” do meu batcinto. Nesses momentos eu preferia ser visto como um tijolo, uma alface ou uma lista telefônica a ser visto como um (argh!) fofo.
Aos poucos, no entanto, fui vendo que ser fofo não era o fim do caminho. Não seria necessário entrar numa clínica de recuperação (FA, Fofos Anônimos) ou numa academia de ginástica. Havia mulheres que valorizavam um bom “fofo”. Havia até aquelas que, pasmem! Queriam namorar um “fofo”. Já faz alguns anos que estou “trabalhando” esse meu lado, aprendendo a ser fofo e não ter vergonha disso. Hoje, como vocês estão vendo, posso falar em público sobre isso, sem ficar vermelho. Não se iludam, se pudesse escolher, nascia de novo com 1,85 m, jaqueta de couro, barba por fazer, bronzeado e com voz de dublador de protagonista em filme de ação. Mas a opção, infelizmente, não existe. O que me resta é não só aceitar a (ai, que horror) “fofura” em mim supostamente contida, como, mais ainda, tentar acentuá-la. Como neste texto aqui, em que exponho minhas fraquezas, frustrações e angústias a todas vocês. Modéstia e orgulho à parte, não é uma atitude fofa?

Em que consiste a autocrítica que ele faz no texto?

Respostas

respondido por: Benchinajules
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Resposta:

me ajudar aaáaáaaaaaáaaaaaaaááaa

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