Por que a cidadania não é considerada plena em uma sociedade capitalista, ou seja, porque alguns grupos vão ter mais direitos e deveres que outras pessoas (tratamento diferenciado ou privilégios) se a Constituição diz que todos os indivíduos são iguais?
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As crises econômicas e políticas, a crescente violência e desigualdade induzem, inúmeras vezes, o questionamento da validade e legitimidade dos órgãos e poderes de governo, dos instrumentos que permitem aos cidadãos apresentarem suas demandas e necessidades, bem como das garantias aos direitos mais básicos e "naturais" aos seres humanos. Não são poucas as situações em que se ouve que "justiça só para os ricos" e "cadeia para os pobres", que "a polícia é só para os pobres e negros", que reclamar "direitos é coisa de gente encrenqueira", e outras tantas demonstrações de pouca confiança no que podemos identificar como as raízes do que entendemos como cidadania. Ainda estão enraizados em nossa cultura alguns "preconceitos" que inibem o pleno desenvolvimento das dimensões da cidadania. Contudo, é possível identificar que, mesmo em passos lentos, a sociedade civil, as instituições e os próprios indivíduos estão assumindo seu papel de protagonistas, modificando essa postura conformista, desatenta, desiludida por uma nova com laivos de participação e reivindicação. Vários movimentos sociais têm surgido nos últimos anos: alguns efêmeros e voltados para interesses bem particularizados; outros, perenes, voltados ao interesse público e responsáveis por ações de informação, conscientização e prática dos verdadeiros valores de solidariedade e cidadania.