• Matéria: História
  • Autor: uerlitonsilva124
  • Perguntado 3 anos atrás

O texto abaixo foi retirado do livro do historiador Amin Maalouf, denominado: " As Cruzadas vistas pelos Árabes". Nesse trecho o historiador descreve um terrível acontecimento envolvendo cristãos e muçulmanos no ano de 1098, um cerco e tomada da cidade de Maara pelos cristãos. Leia e analise com atenção. Chega a noite de 11 de dezembro. Está muito escuro e os franj (cristãos ocidentais) ainda não ousam penetrar na cidade. Os notáveis de Maara entram em contato com Bohémond, o novo senhor de Antioquia, que se encontra à frente dos atacantes. O chefe franco (cristão) promete garantias se cessarem o combate, deixando para trás algumas construções. Agarrando-se desesperadamente à sua palavra, as famílias reúnem-se nas casas e porões da cidade e, a noite toda, esperam tremendo. Na alvorada, chegam os franj. É uma carnificina. Durante três dias, eles matam mais de cem mil pessoas pela espada, e fazem muitos prisioneiros. Os números de Ibn al-Athir são evidentemente fantasiosos, pois a população da cidade, na véspera de sua queda, era provavelmente inferior a dez mil habitantes. Mas o horror está menos presente no número de vítimas do que no destino quase inimaginável que lhes foi reservado. “Em Maara, os nossos faziam ferver os pagãos adultos em caldeira, fincavam as crianças em espetos e as devoravam grelhadas.’’ Essa confissão do cronista franco Raoul de Caen não foi lida pelos habitantes das localidades próximas a Maara, mas até o fim de suas vidas eles se lembrarão do que viram e ouviram. Pois a lembrança dessas atrocidades propagadas pelos poetas locais assim como pela tradição oral fixará nos espíritos uma imagem dos franj difícil de ser apagada. O cronista Ussama Ibn Munqidh, nascido três anos antes desses acontecimentos na cidade vizinha de Chayzar, escreverá um dia: “Todos aqueles que se informaram a respeito dos franj viram neles animais que possuem a superioridade da coragem e do ardor no combate, mas nenhum a outra, assim como os animais têm a superioridade da força e da agressão”. Um julgamento de

Respostas

respondido por: EduardoPLopes
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O texto nos permite afirmar que os combates entre cristãos e árabes foram bastante violentos, assim como foi violenta a imposição política feita, neste caso, dos cristãos aos habitantes muçulmanos daquela região no período em que a ocuparam.

Textos semelhantes descrevem períodos posteriores nos quais as atrocidades "mudam de lado" e passam a ser feitas pelos muçulmanos contra os cristãos, de modo que podemos dizer que as Cruzadas foram um período marcado pela violência absurda, perpetrada tanto por cristãos quanto por muçulmanos, e que foi responsável pela perda de incontáveis vidas.

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