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A história mostra o jovem pobre de bom coração Aladdin (Mena Massoud) que precisa sobreviver nas ruas de Agrabah dia a dia até que conhece a princesa Jasmine (Naomi Scott). E após ser enganado pelo vizir do reino, Jafar, ele fica preso em uma caverna com uma lâmpada mágica, de onde liberta o Gênio (Will Smith) e tem a oportunidade de se tornar príncipe, ganhar o coração da princesa e mudar o seu destino. Agora Aladdin precisa descobrir em seu coração o que o torna diferente dos outros, um diamante bruto.
Embora visualmente deslumbrante, a adaptação falha em muitos pontos, principalmente os narrativos. Impossível as comparações com a animação original, e nesse aspecto os personagens são apresentados de forma corrida. Nada que prejudique a sua compreensão do todo, mas na animação há uma apresentação melhor trabalhada. E como o filme traz a história para um aspecto mais real, menos fantasioso, isso pesa nas motivações dos personagens. Tanto Jasmine quanto Jafar pesam suas decisões em relação ao trono. Jasmine aspira a ser como o pai, uma governante para o seu povo. A releitura da personagem traz o aspecto de empoderamento, atual para os dias de hoe, e até ganha uma música própria, inédita (e fraca), que reforça esse sentimento. E Jafar passa a aspirar a ambição de transformar Agrabah em um império, dominando as cidades vizinhas, começando por Shirabad, reino natal da mãe de Jasmine. Mas achei muito legal do filme ter um aspecto meio “Bollywood”, especialmente nas cenas musicais.
Mas sejamos justos, há mudanças bem interessantes, como o fato de haver uma explicação para Jasmine viver aprisionada no castelo. É rápida, mas o bastante. E o filme diverte bastante, as cenas musicais são ótimas e muito bem traduzidas para dar um ar mais moderno, faz parecer um grande espetáculo da broadway, especialmente as músicas “Friend Like Me” e “Prince Ali”, ambas com participação extensiva de Will Smith. E Smith não decepciona como o Gênio. Em primeiro lugar ele não tenta imitar Robin Williams, mas dá suas próprias características ao personagem. E Guy Ritchie se aproveita do aspecto mais “dos guetos” de Smith para atribuir essa mesma característica ao Gênio, o que lhe dá um ar meio Gênio “Fresh Prince”. Alguns momentos diverte, mas alguns exageram.
Massoud nos dá um Aladdin que não tem o mesmo charme da animação, mas é super eficiente, especialmente na parte física do personagem, que precisa ser ágil e esperto, e consegue isso muito bem. E fica evidente que Ritchie não sabe dirigir fantasias, mas ainda assim faz um trabalho jogando no seguro, sem riscos. Aladdin consegue ultrapassar suas falhas e trazer um entretenimento que diverte. Se está à altura da fonte original é outro departamento, mas ele faz jus graças ao seu bom elenco. Diverte, mas tá longe de ser um “diamante bruto”.
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