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Zezé, o personagem central da obra, é a representação de toda uma problemática relativa ao universo infantil. Daí, possivelmente, a fácil identificação de gerações e mais gerações com a história do menino pobre e sonhador que transita entre o real e o imaginário a fim de suportar as vicissitudes da vida.
Zezé é um menino hiperativo, vítima de violência física e psicológica dentro de casa pelo que os seus compreendem por peraltices da idade ou “coisa do demônio” - ideia na qual o garoto passa a acreditar com veemência e pela qual constantemente se martiriza. São inúmeras as vezes em que, tomado pela tristeza, o garoto questiona não só a falta de afeto da família, mas a sensação amarga de abandono por algo maior, metafísico.
Por meio de uma análise primária do perfil psicológico do menino Zezé, poder-se-ia dizer que a personagem é o retrato de uma criança que sofre com o TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade), uma síndrome psiquiátrica que atinge cerca de 3% a 6% das crianças em idade escolar em todo o mundo.
Zezé e Portuga são, possivelmente, duas solidões que se completam. A relação entre os dois é a mais densa de toda a obra. É por meio de Portuga que Zezé passa a ser, pela primeira vez, emissor e receptor constante de uma afeição transformadora que permeará toda vida do menino, e que se refletirá em gratidão quando esse atinge a maturidade.
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