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Início do Feminismo
Até meados do século XIX, a mulher era tida como “sexo frágil”, sempre em posição inferior em relação aos homens, pois elas não tinham os mesmos privilégios e acesso aos direitos básicos como: ler, escrever, participar de assuntos políticos e etc. Isso acontece devido ao fato da figura feminina ter sido construída em uma sociedade patriarcal, onde suas atribuições eram restritas aos trabalhos domésticos.
Uma sociedade impregnada de preconceitos, na qual, desde cedo, as meninas eram criadas em casa ajudando as mães para que futuramente elas seguissem o mesmo exemplo. Esse foi um período em que muitas mulheres viviam em função de seus maridos e não possuíam nenhuma autonomia para expor suas opiniões, reivindicar seus direitos ou decidir sobre algo.
Estudiosos do tema explicam que o surgimento do feminismo pode estar associado ao adventos da Revolução Francesa (1789), pois nessa época foi escrita a “Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão”.
O termo "feminista" é dado às mulheres que lutam pelo feminismo. (Foto: Pixabay)
Sendo assim, dois anos depois (1791), a revolucionária e feminista francesa Olímpia de Gouges compôs a “Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã”, proclamando que a mulher possuía os mesmo direitos que os homens e que, por isso, tinha o direito de participar, direta ou indiretamente, da formulação das leis e da política em geral.
Embora ela não tenha sido aceita na Convenção de Direitos, atualmente, a sua declaração é considerada um símbolo bastante representativo para o feminismo democrático e racionalista. Contudo, no dia 3 de novembro de 1793, ela foi executada na França, o que gerou picos de revoltas pelo país e fez surgir vários movimentos feministas pelo mundo.
Ainda no século XIX, com as mudanças causadas pela Revolução Industrial, esse cenário começou a mudar, já que as mulheres foram obrigadas a trabalhar nas fábricas para ajudar no sustento da família. No entanto, as condições de trabalho tanto para homens quanto para as mulheres eram as piores possíveis. Isso provocou várias rebeliões, nas quais a classe proletariada exigia melhores condições de trabalho. A partir de então, o feminismo e a luta pela valorização da mulher começou a ganhar espaço.
No final do século XIX, o primeiro movimento feminista surgiu entre mulheres brancas e de classe média que lutavam por direitos jurídicos e políticos. Elas reivindicavam o direito de voto e uma vida (trabalho) fora do lar. Elas ainda lutavam pela participação ativa no cenário político e econômico do país, protestavam pelo direito à educação, ao contrato, à propriedade, ao divórcio, à igualdade de salário, etc.
A francesa Simone Beauvoir foi uma importante representante para o feminismo no final da década de 60 e 70. Ela se tornou uma das maiores teóricas do feminismo moderno, além de filósofa, professora e escritora. Inclusive, ficou popularmente conhecida pela célebre frase publicada em seu livro "O Segundo Sexo” (1949):
"Ninguém nasce mulher, torna-se mulher"
Feminismo no Brasil
No Brasil, o feminismo surgiu ainda na fase imperial durante a luta pelo direito à educação feminina. Nesse segmento, a escritora Nísia Floresta Augusta é considerada precursora do feminismo brasileiro, pois ela fundou a primeira escola para meninas no Rio Grande do Sul e, posteriormente, na cidade do Rio de Janeiro.
No século XIX surgiram os primeiro núcleos em defesa dos ideais feministas em toda a América Latina. No Brasil, o surgimento do movimento estava bastante relacionado com a chegada dos ideiais anarquistas e socialistas que haviam sido trazidos da Europa pelos imigrantes.
Ao final dos anos 70, as ações feministas do país aliaram-se aos movimentos de luta e resistência contra a Ditadura Militar no Brasil. Diante disso, ocorreu também uma aproximação com movimentos sociais de negros e homossexuais.
Dessa forma, o feminismo se espalhou por várias cidades, ganhou espaço na televisão e propôs debates com questões relacionadas à sexualidade feminina, a violência contra a mulher, a equiparação de salários, entre outros.
Símbolo do feminismo (Foto: Pixabay)
Século XXI
Com o tempo, os movimentos feministas trouxeram para o Brasil resultados positivos na luta a favor dos direitos das mulheres. Resultado disso é a Lei Maria da Penha, sancionada durante o governo do presidente Lula em 2006. A Lei prevê a punição para homens que cometem violência contra a mulher.
Dessa maneira, o movimento feminista se expandiu e surgiram outras preocupações relacionadas ao corpo da mulher e quanto ao uso desse corpo feito por ela ou pela sociedade. Assim, em 2011, no Canadá, surgiu a primeira organização da “Marcha das Vadias”, que se expandiu por outros países, a exemplo do Brasil.