Pesquise a respeito do Morro Três Irmãos, conhecido popularmente como “Três Morrinhos” que está localizado no município de Terra Rica. Anote os resultados a seguir
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Com uma geomorfologia que ultrapassa milhares de anos, o Morro Três Irmãos, em Terra Rica, é o ponto mais alto do extremo Norte do Paraná. Além do atrativo turístico, surpreende também pelos fatos, mitos e lendas relatados por quem, de forma abnegada, se dedica a perpetuar a história da própria terra.
Na microrregião de Paranavaí, é raro encontrar alguém que nunca tenha ouvido falar do Morro Três Irmãos, mais conhecido como “Três Morrinhos”. Com 190 metros de altura, o pico desponta como o ponto turístico mais importante de Terra Rica. Nem poderia ser diferente, já que desde 1985 sedia campeonatos de voo livre com participantes do Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Argentina, Paraguai e Bolívia.
O fato do morro existir em uma região totalmente plana desperta curiosidade em quem o visita pela primeira vez. “É um extra na paisagem. Desde criança isso já me chamava a atenção”, afirma o pesquisador Edson Paulo Calírio que na infância passava horas observando no horizonte, a uma altitude de 640 metros, a imponência hipnotizante da natureza.
Motivado em conhecer mais sobre a história de Terra Rica e das belezas naturais que a circundam, Calírio pesquisou sobre o assunto. Entre as surpresas, a descoberta de que o “Morro Três Irmãos”, antes de ser patrimônio do Paraná e até mesmo do Brasil, pertenceu ao Paraguai. Fazia parte de um dos mais valorizados pontos turísticos do Estado de Guairá.
À época, a região era habitada por índios guaranis catequizados pelos espanhóis. Segundo Calírio, a situação ficou tensa quando os portugueses chegaram ao local. Houve um grande confronto e, vitoriosos, os lusos expulsaram os espanhóis.
A justificativa para milhares de índios vivendo em torno dos Três Morrinhos era o fácil acesso aos recursos necessários à subsistência, além da privilegiada perspectiva do Pontal do Paranapanema. “Aqui servia como um ponto de referência para eles. O município de Terra Rica é rico em rios, então podemos perceber que eles quiseram desfrutar deste privilégio”, enfatiza o pesquisador apontando, de cima do primeiro morro, as correntes fluviais mais próximas.
Há algumas décadas, apesar da falta de bibliografia, e partindo de uma experiência empírica ou relativamente in loco, moradores de Terra Rica tiveram os primeiros contatos com materiais que confirmam a presença espanhola e indígena na área.
O pai de Edson Calírio, por exemplo, encontrou, às margens do Rio Paranapanema, uma espada que há centenas de anos pertenceu a um espanhol. A confirmação veio após o instrumento ser enviado para análise em São Paulo. “Ele não sabia do que se tratava na época. Pensou que fosse um facão ou algo do tipo. Curioso, decidi buscar mais informações”, explica o pesquisador.