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2. As Fontes de Agostinho.
2.1
AGOSTINHO, FILÓSOFO DA REVELAÇÃO.
Para a interpretação de qualquer trabalho filosófico é necessário conhecer, ao
menos em esboço, a tendência geral do pensamento e a perspectiva filosófica do
autor. Isto requer, em primeiro lugar, um conhecimento do arcabouço histórico e as
circunstâncias de seu tempo; pois para qualquer autor, por mais original que seja, sua
obra não deixa de ser afetada pelas influências das correntes de pensamento que o
precederam. Na realidade, nós não temos que estudar grandes homens somente pelo
desenrolar de seu pensamento, tal como na arte de um tapeceiro onde a figura do
pensador, por exemplo, ocupa o lugar central na peça e as linhas estão apenas
interconectadas. Algo mais é necessário: saber as fontes do escritor, isto é, as origens
dos novelos, sua cultura e pensamentos determinam ao menos genericamente onde o
autor se nutriu, para só assim podermos tornar claro algumas expressões que parecem
obscuras, e avaliar a originalidade de sua contribuição.
Com respeito a Agostinho, seu aparecimento no seio da Igreja Cristã, após
quase três séculos de perseguição, já se encontrava em um intenso desenvolvimento
doutrinário. Esta Instituição recém aceita começava a explicar sua doutrina pela ajuda
dos conceitos de filósofos pagãos que já tinham sido assumidos por seus primeiros
defensores tais como: Justino, Clemente de Alexandria e Tertuliano. O intuito era
buscar “racionalizar” sua fé, no melhor sentido daquela palavra – desenvolver a fé a
partir da razão e de seu respectivo entendimento. Neste contexto Agostinho estava
imbuído de levar adiante essa tarefa, servindo-se de seu gênio: aceitar a fé, e então
tentar entender, explicar, analisar e aplicar.