descreva como os colonizadores exploravam a mão-de-obra indígena e identifique as formas de resistência à escravidão.
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No Vale Amazônico, ela podia ser obtida, algumas vezes, por incursões armadas contra as tribos consideradas hostis aos portugueses. Mais freqüentemente, pelas chamadas "tropas de resgate": expedições que pretendiam resgatar os nativos que estivessem real, ou presumidamente, escravizados por outros. Para justificar o apresamento, nestas duas situações, exigia-se a decretação pelas autoridades locais da chamada Guerra Justa. Os índios aprisionados em combate seriam cativos perpétuos, enquanto que os "resgatados" obteriam a liberdade após dez anos.
Uma outra forma de captura eram os "descimentos", ou seja, expedições nas quais os índios, tidos pelos religiosos como "bravos", eram conduzidos para serem aldeados. Isto significava receber os ensinamentos da fé cristã e habituar-se ao trabalho sedentário. Nas missões religiosas localizadas no Vale Amazônico os nativos vistos como fiéis eram aculturados e doutrinados sob a vigilante proteção dos jesuítas. Desta forma desestruturavam-se os valores, os hábitos e os costumes dos nativos.
Relatos da época revelam como o contato destes grupos com o europeu comprometeu, além da sua identidade cultural sua integridade física, pois eram atingidos por doenças para as quais não tinham defesas ou imunidades.
Muitas vezes as tribos eram deslocadas do interior, pelos missionários, em longas caminhadas, para serem aldeadas perto das vilas. Outras narrativas descrevem que, durante o trajeto, as crianças padeciam especialmente, mas (...) "como já fossem batizadas, os padres exultavam; eram tantas almas ganhas para o céu."
Dentro do vasto território que compreendia o Estado do Maranhão, além do Vale Amazônico, onde predominava a atividade extrativa, existia a capitania do Maranhão, potencialmente agrícola, sobrevivendo já há algum tempo da lavoura de subsistência, de algum açúcar e de gado. Ainda no decorrer do século XVII iniciou-se ali a produção do tabaco e do algodão.
Entretanto os proprietários enfrentavam dificuldades para obter a mão-de-obra necessária. Como os recursos destinados à compra dos escravos africanos não eram suficientes para garantir um abastecimento regular, os colonos justificavam e persistiam no apresamento e na escravização dos indígenas.