• Matéria: Português
  • Autor: mc095435
  • Perguntado 3 anos atrás

poesia sobre covid 19, isolamento social e voltas as aulas

Respostas

respondido por: melissajdiegues
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Resposta:

Após o carna-val

Do vendaval da carne

A quaresma en-carna

Reclusos no Karma

De um auto isolamento

Ainda dúbio de momento

Adestramento de movimento

Mas eu tento, neste intento

Para a carne, um alento

Vida que é escolha

Convoca à renúncia.

Denúncia de negação.

A um vírus invisível

Uns dizem sim

Outros dizem não

Interdependência que desafia

Coexistência que alerta

Se há carne, pode haver putrefação.

Contaminação.

A pandemia que exala

O que quase todo mundo cala

Sobre o que quase não se fala

O recalque: o desfalque.

Essa falta mais faltosa ainda

O buraco sem fundo

Essa angústia que não finda

Afeto de final de mundo

E tu, e eu e ele, mais humanos, mais ainda

Mas, olho as prateleiras vazias

E vejo um escarro imundo:

Não há oração para todas as crias.

Quarenta e quatro anos tenho

Quaresma não faço

Não sou feita de aço

Tenho pulmões a pleno vapor

Cabeça pensante, labuta constante

Mas a falta de ar afirma

Sim, há um temor

E nesse Isso tem algo que me traga

Me inspira e me murcha

Me melhora e me estraga

E a quarentena resolve:

A ti, o que te move?

Não sou canalha

Enxergo o fio da navalha

Não tenho casta

Reconheço uma “pessoa nefasta”

E por mim sou quase inominável

Estou por um triz, atriz, abominável

Pela falta de paciência

Minha acidez queima e crema

Como esse álcool que ora reina

Encharca a taça, em gel higieniza

Vale a analgesia para ficar na própria companhia

E na escuta de tanta gente que, na blasfêmia, teoriza

Hipócrates e hipocrisia

Covid e cova

Eu quero é prova

De que tu e os teus

Nas tramóias de alcova

Vão se colocar na reta

A mim não me desinfeta

A mim também não me infecta

Porquê não adianta só saber

Tem que saber-fazer

Reconhecimento de um Desejo

E meu ensejo, por hora

É tão somente,

in-conscientemente: viver.

Explicação:

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