Senhora
X
[...] Entretanto dissipou-se a grande comoção que percutira profundamente o organismo desse homem, desde o momento da entrada de Aurélia no salão, e lhe havia embotado os sentidos. Uma voz melodiosa penetrou-lhe n’alma, acordando ecos dali adormecidos. Pela primeira vez pôs os olhos no semblante da moça e imagine-se qual seria o seu pasmo reconhecendo Aurélia Camargo.
[...] Custava-lhe a convencer-se que tivesse realmente diante de si a mulher de quem se julgava eternamente separado. [...] Uma satisfação íntima o absorveu completamente, e não deixou presa às amargas preocupações que pouco antes o dominavam.
Também Aurélia de sua parte havia recobrado a calma, pois voltou-se sem o mínimo acanhamento para o moço e perguntou-lhe:
– Esteve ultimamente no Norte, Sr. Seixas?
– Sim, minha senhora. Cheguei a semana passada de Pernambuco. [...]
– O Recife é realmente tão bonito como dizem?
– Creio que poucas cidades do mundo lhe poderão disputar em encantos de perspectiva e beleza de situação.
– Nem o nosso Rio de Janeiro? perguntou Aurélia com um sorriso.
– O Rio de Janeiro é sem dúvida superior na majestade da natureza; o Recife, porém prima pela graça e louçania. A nossa Corte parece uma rainha altiva em seu trono de montanhas; a capital de Pernambuco será a princesa gentil que se debruça sobre as ondas dentre as moitas de seus jardins. [...]
ALENCAR, José de. Senhora. Disponível em: . Acesso em: 30 jul. 2021. Fragmento.
O trecho desse texto que mostra que ele se passa durante o período imperial brasileiro é:
“Entretanto dissipou-se a grande comoção...”. (1º parágrafo)
“Pela primeira vez pôs os olhos no semblante da moça...”. (1º parágrafo)
“Uma satisfação íntima o absorveu completamente,...”. (2º parágrafo)
“Também Aurélia de sua parte havia recobrado a calma, pois voltou-se sem o mínimo acanhamento...”. (3º parágrafo)
“A nossa Corte parece uma rainha altiva em seu trono de montanhas; a capital de Pernambuco será a princesa gentil...”. (9º parágrafo)
lusquinhamende12:
E ) “A nossa Corte parece uma rainha altiva em seu trono de montanhas; a capital de Pernambuco será a princesa gentil...”. (9º parágrafo) , coloquei essa poorque no meu ponto de vista fez mais sentido nao sei se esta certa ou errada TMJ
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Analisando o questionamento, pode-se notar que o trecho no qual identifica-se o período histórico no qual a obra Senhora se passa é o seguinte: “A nossa Corte parece uma rainha altiva em seu trono de montanhas; a capital de Pernambuco será a princesa gentil...”.
Ao citar a corte, o autor corrobora com a ideia de que a obra se passa no século XIX, retratando um casamento de aparências, tão comum na sociedade urbana da época.
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