Sobre o livro malala
4- Qual era o contexto social da época da infância e adolescência no Paquistão?
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Há três anos o mundo conheceu a história da jovem paquistanesa Malala em defesa ao direito à educação de mulheres. Desde o início de sua adolescência, ela se mobilizava na defesa do direito de garotas frequentarem a escola. Por sua atuação, Malala sofria ameaças e finalmente foi alvo de uma tentativa de assassinato pelo grupo extremista Talibã em 2012.
A luta pelo direito de meninas estudarem vêm de um grave contexto no Paquistão. O país é um dos três que têm mais de um milhão de garotas em idade escolar fora da escola, com cerca de três milhões de meninas com seu direito à educação violado. Elas representam 56% das crianças fora da escola, segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) de 2012.
Como reflexo do baixo acesso à educação, o país têm 6,7 milhões jovens mulheres de 15 a 24 anos analfabetas. Se entre os homens adultos apenas 67% da população sabe ler e escrever, para mulheres, a taxa cai para 42%.
Fundo
A jovem Malala criou uma Fundação que leva seu nome para apoiar a inclusão e permanência de meninas na escola ao redor do globo. Recentemente, o fundo assinou um acordo de cooperação prática com a Unesco e o presidente do Paquistão para atuar diretamente no país.
No entanto, o ativismo de Malala tem outro contexto: a sua própria família. O pai da garota, Ziauddin Yousafzai, é dono da escola que ela frequenta. Na instituição, são aceitos e educados igualmente meninas e meninos. Em palestra, Yousafzai fala que, em sua a escola, a educação serve à emancipação. Assim, explica ele, quebra dois paradigmas da sociedade patriarcal paquistanesa. “Eu ensinei minhas alunas a desaprenderem a lição da obediência. Eu ensinei meus alunos a desaprenderem a lição da denominada pseudo-honra”, relata.
Yousafzai conta rindo como foi impactado pela visibilidade que Malala ganhou mundialmente. “Antes disso, ela era minha filha, mas agora sou o pai dela”, revelando como agora é visto pelas pessoas. Devido ao protagonismo da jovem, que recebeu o prêmio Nobel da Paz em 2014, ele constantemente é questionado sobre como foi a criação dela, que possibilitou que ela se tornasse tão corajosa. “E eu digo: ‘Não me perguntem o que eu fiz. Perguntem-me o que eu não fiz. Eu não cortei suas asas, foi só isso’.”
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