TEXTO I
A teoria do conhecimento exposta em Ensaio sobre o entendimento humano constitui uma longa, pormenorizada e hábil demonstração de uma tese: a de que o conhecimento é fundamentalmente derivado da experiência sensível. Fora de seus limites, a mente humana reproduziria, por si mesma, ideias cuja validez residiria apenas em sua compatibilidade interna, sem que se possa considerá-las expressão de uma realidade exterior à própria mente.
LOCKE, J. Ensaio acerca do entendimento humano. São Paulo: Nova Cultural, 1999.
TEXTO II
Experienciei algumas vezes que os sentidos são enganosos, e é de prudência nunca se fiar inteiramente em quem já nos enganou uma vez.
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Em se tratando do papel dos sentidos na obtenção do conhecimento, os pensadores acima
a) defendem o emprego fundamental dos sentidos na obtenção da verdade.
b) concordam na confiabilidade da experiência sensível para adquirir conhecimento.
c) afirmam a capacidade da razão de gerar conhecimento ao contrário dos sentidos.
d) admitem juízos céticos sobre a eficácia da experiência sensível para chegar à verdade.
e) expressam opiniões divergentes sobre a função dos sentidos na obtenção de conhecimento.
Respostas
É correta a alternativa E, sendo o primeiro texto um exemplo do Empirismo Clássico, representado aqui pelos escritos de Locke, e o segundo um exemplo do Racionalismo, tendo sido este texto escrito por Descartes.
Embora as divergências entre estes autores não possam ser explicadas simplesmente pela ideia de que um seria "a favor" do uso dos sentidos e o outro seria "contra", já que ambos tinham algum papel para os sentidos e para a Razão na nossa compreensão do mundo, os autores empiristas davam um papel central aos sentidos e os Racionalistas os viam como algo um pouco menos confiável.
Ambas as formas de compreender o mundo acabaram formando as noções modernas que viriam a ser a base do Método Científico, sendo as ideias de Descartes e Locke muito influentes neste sentido.
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