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Ação comunicativa refere-se a uma teoria desenvolvida por Jürgen Habermas - filósofo e sociólogo alemão. Trata-se de uma análise teórica e epistêmica da racionalidade como sistema operante da sociedade. Habermas contrapõe-se à ideia de que a razão instrumental constitua a própria racionalização da sociedade ou o único padrão de racionalização possível, e introduz o conceito de razão comunicativa. Partindo da perspectiva de que nós seres humanos fazemos coisas com as palavras e que a linguagem constitui uma importante ferramenta de transformação, Habermas argumenta que, por meio da ação comunicativa, podemos transformar os aspectos objetivos, subjetivos e sociais do mundo. Seu objetivo é propor uma alternativa racional à razão instrumental como fundamento da modernidade a partir de uma ampliação e refinamento da própria ideia de razão. Isso o diferencia dos principais frankfurtianos da primeira geração, Adorno e Horkheimer, os quais procuraram alternativas fora do âmbito da racionalidade, a exemplo da arte e do amor. Habermas também cria uma dicotomia entre a ação estratégica e a ação comunicativa.[1][2].
A ação comunicativa geraria razoabilidade, racionalidade e criticidade, representado uma alternativa à ação estratégica, que seria voltada apenas para os interesses de um grupo ou de indivíduo específico. Habermas propõe a ação comunicativa como forma de fazer com que todos os envolvidos em uma deliberação passem a buscar o consenso em torno de uma solução que beneficie a todos igualmente.
Além disso, ele considera que a reflexividade multidimensional aberta pela ação comunicativa e pelos intercâmbios comunicativos foram essenciais para o deslocamento das estruturas simbólicas do mundo da vida, tomadas como dadas e encarnadas em estoques culturais, em práticas sociais e em processos de formação de personalidade.
Habermas também buscou definir as normas universais da ação comunicativa. Segundo ele, para que o intercâmbio de argumentos, como procedimento para resolução de questões ético-morais, seja realmente efetivo, faz-se necessário uma aproximação da situação ideal de fala, a qual é caracterizada por:[3]
- Imparcialidade.
- Expectativa de que todos os participantes transcendam suas preferências iniciais.
- Inclusão de todos os afetados por uma decisão.
- Igualdade, liberdade e facilidade de interação, com ausência de formas de coerção externas e internas.
- Não restrição de tópicos nas discussões.
- Revisibilidade de resultados.