A agricultura moderna convive sempre com a agricultura
tradicional, por que isso acontece?
Respostas
Resposta:
A quase 4 mil metros acima do nível do mar, ao norte do Lago Titicaca, estendem-se as terras inóspitas do altiplano dos Andes peruanos, onde pequenos agricultores lutam para ganhar a vida com o que conseguem tirar do solo. De volta à região onde seus antepassados lavraram a terra por seguidas gerações, Zenón Porfidio Gomel Apaza se deu conta de que os métodos modernos de agricultura que tinha aprendido no curso de agronomia muitas vezes produziam colheitas magras e solos improdutivos, gerando pobreza para a população local e prejudicando a vida da comunidade. Isso o fez compreender que as rudes condições existentes na região exigiam técnicas tradicionais, reforçadas por campanhas de proteção da diversidade biológica das lavouras locais, a fim de melhorar a produtividade das plantações e áreas de pastagem.
Não há dúvida de que hoje os conhecimentos tradicionais são mais importantes e mais valorizados do que antes.
Zenón Porfidio Gomel Apaza conseguiu convencer centenas de famílias da região a ampliar a variedade genética de suas lavouras, em vez de recorrer ao uso de substâncias químicas e tecnologias modernas. Recentemente, deu um passo a mais em seu trabalho de pesquisa sobre agricultura tradicional, assumindo a direção de uma agência agrícola regional no sudeste do Peru. Consciente da importância de uma estratégia de comunicação claramente definida, Zenón Porfidio Gomel Apaza mantém um programa de rádio por meio do qual suas ideias chegam a milhares de ouvintes na cidade de Puno. Graças ao patrocínio que seu projeto recebeu com o Prêmio Rolex, o agrônomo peruano contribuiu para o desenvolvimento de uma iniciativa legislativa que objetiva reconhecer o papel de autoridades tradicionais como guardiãs da agrobiodiversidade.
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Habitantes de Puno acompanham o programa de rádio criado por Zenón Porfidio Gomel Apaza
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Famílias ampliaram a variedade genética de suas plantações