Sobre as células cancerígenas, responda:
Estudo recente demonstrou que células cancerígenas apresentam uma redução na expressão da proteína p53 (fator supressor de tumores). Além disso, os baixos níveis de p53 levam a uma modulação na expressão de moléculas importantes na ativação do sistema imune, tornando as células mais resistentes ao nosso sistema de defesa.
A figura abaixo demonstra o perfil de expressão das moléculas apresentadoras de antígenos na superfície de células com e sem p53.
Sobre esse tema, analise as proposições a seguir:
I. As células com ausência na expressão de p53 tornam-se mais resistentes, pois aumentam a sua capacidade de sobrevida devido a inibição da via intrínseca da apoptose.
II. As células com ausência da p53 torna a célula cancerígena mais resistente à ação do sistema imune, pois a baixa expressão molécula de MHC de classe I evita a ativação das células citotóxicas da imunidade inata e adquirida.
III. As células com ausência da p53 interfere na ativação de linfócitos TCD4 devido à redução na expressão na molécula de MHC de classe II.
Sobre as proposições descritas acima pode-se afirmar que:
a) apenas a alternativa I é verdadeira
b) as alternativas I e II são verdadeiras
c) as alternativas I e III são verdadeiras
d) as alternativas II e III são verdadeiras
e) todas as alternativas são verdadeiras
Respostas
Resposta:
Letra D
Explicação:
O gene p53, considerado como o “guardião do genoma”, dentre todos aqueles reconhecidamente envolvidos nos processos de carcinogênese, é o de maior importância.
O gene é ativado em resposta a sinais de dano celular. Seu fator de transcrição interage com pelo menos outros seis genes. Por exemplo, liga-se ao promotor do gene p21, cujo produto protêico é um inibidor de quinase dependente de ciclina que bloqueia a inativação de pRb por CDK4. Esta atividade promove a parada do ciclo celular na fase G1, portanto, antes de ocorrer a duplicação do DNA (fase S), permitindo o reparo do DNA danificado. Uma alternativa de atuação da p53 a danos não reparados, caso a via com a proteína pRb não esteja intacta, é a indução da apoptose (morte celular programada). Além disso, p53 também promove um check point de S para G2, que depende da integridade do domínio C-terminal do gene. Portanto, quando p53 sofre mutações, as células com danos no DNA, que por um processo de seleção natural favorável podem desencadear a transformação maligna, escapam do reparo destes danos e de sua destruição, podendo iniciar um clone maligno.
Embora seja considerado um gene supressor de tumor, porque a maioria das mutações leva à perda de função, o p53 quando sofre alguns tipos de mutações pode exercer um efeito negativo dominante, ou seja, o produto do único alelo mutado interage e inativa o alelo normal, induzindo o câncer e atuando, portanto, como um oncogene.
Conclusão: as células com ausência na expressão de p53 tornam-se mais FRACAS. Sendo assim, não pode ser a afirmativa I. Dentre as opções, descartando a afirmativa I, só sobra as afirmativas II e III, o que resulta na letra D.
Espero ter ajudado! Bjs!