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Dorothy Vaughan (20/09/1910 – 10/11/2008) foi uma das mais brilhantes mentes americanas na corrida espacial. Mesmo vivendo numa época onde o racismo era explícito nos Estados Unidos, ela fez a diferença e foi uma das pioneiras na introdução dos computadores para cálculos de rota.
Em 1929, Dorothy Vaughan (até então Dorothy Johnson, nome de solteira) era bacharel em ciências pela Universidade de Wilberforce (Ohio). Dorothy se casou em 1932 com Howard Vaughan, passando então a ser chamada Dorothy Vaughan. O casamento durou até o fim de sua vida, em 2008.
Após se formar, devido à crise econômica americana (a Grande Depressão, de 1929), ela desistiu de seguir seus estudos em um mestrado e decidiu trabalhar em período integral para ajudar no sustento da sua família. Iniciou sua carreira como professora de matemática para o ensino médio, na cidade de Farmville, Virginia.
A indústria e mercado americano começaram a mudar em 1941, quando o presidente americano Franklin Roosevelt executou a chamada Ordem 8802, a qual proibia discriminação étnica, religiosa e racial em prol do desenvolvimento industrial americano. Isso deu a Dorothy Vaughan esperanças de uma carreira melhor e, em 1943, ela se mudou com o marido para Newport New, com o objetivo de trabalhar com matemática no National Advisory Committee for Aeronautics. Embora ela esperasse que o emprego fosse apenas temporário, Dorothy não tinha ideia que isto era o início de uma revolução do lado americano da corrida espacial.
A NACA (que, mais tarde, viria a se chamar NASA), devido ao auge da corrida espacial em função da Guerra Fria, precisava de muita gente para suprir a demanda de cálculos e processamento de dados para as missões espaciais. Por isso, optou por admitir mulheres negras nas equipes. Por tabela, esta também foi uma jogada política para mostrar o apoio da NASA à diversidade. Neste cenário, Dorothy Vaughan foi aceita para trabalhar na equipe dos chamados “computadores” (pessoas dedicadas a fazerem cálculos).
Apesar da aceitação de mulheres negras na NASA, dentro da organização não se esperava muito destas mulheres, vendo-as mais como funcionárias temporárias. Contrariando todas as baixas expectativas, Dorothy e seu departamento fizeram um trabalho fabuloso e, em 1949, ela foi promovida a supervisora de seu departamento (chamado, de forma preconceituosa, coloured computers group) sendo, portanto, a primeira supervisora negra da NACA (e da história da NASA).
Em seu cargo, Dorothy sempre lutou pela participação de mulheres negras nas então chamadas “áreas para funcionários brancos”. O desafio era triplo: continuar o excelente trabalho, carregar o peso da responsabilidade de ser supervisora de tal departamento e lutar pelos direitos das mulheres negras na NACA.
Em 1958, a NACA mudou de nome para NASA. Isso foi bom, pois contribuiu ainda mais para a queda do preconceito na agência, mas trouxe uma novidade: a NASA decidiu dar vez à tecnologia de ponta da época e adotar o uso de computadores IBM para fazer os cálculos, uma vez que sairia mais barato e seria muito mais rápido do que depender de cálculos feitos a mão por humanos (fator crucial na corrida espacial, já que a União Soviética estava concorrendo de igual para igual com os Estados Unidos na questão de exploração espacial). Esse posicionamento da NASA significava demitir grande parte do grupo dos “computadores” (funcionários que calculavam) e isso iria tirar o trabalho e sustento de Dorothy Vaughan e toda sua equipe.
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Em seu cargo, Dorothy sempre lutou pela participação de mulheres negras nas então chamadas “áreas para funcionários brancos”. O desafio era triplo: continuar o excelente trabalho, carregar o peso da responsabilidade de ser supervisora de tal departamento e lutar pelos direitos das mulheres negras na NACA.
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etc....