Quando a vida deixa de ser valor máximo, é tempo então de rever valores. E o que faz do homem humano diferente do simples animal, é a sua capacidade de verbalizar, de dar nome às coisas.Então, está na hora de cuidarmos desta ferramenta que nos destaca no reino animal: a língua.V ale à pena frisar que, num mundo da comunicação, onde, como já dizia Chacrinha: "quem não se comunica se trumbica", a importância do uso decente da Língua Portuguesa em seus diversosregistros, seja ao falar, seja ao escrever, é de suma importância para o desempenho do profissional, sua apresentação, sua confirmação no mercado. Afinal, não pega mesmo bem uma cartacomercial vinda daquele “respeitoso” empresário contendo seus “a nível de”, ou “fazem vinte anos que não te vejo” ou “eles costumam soar bastante, após os treinos” e coisas do gênero.Na medicina, na administração de empresas é necessário se ter uma boa noção, por exemplo, das abreviaturas, das citações bibliográficas, mas também - pelo menos em nível de curiosidade -em relação aos radicais gregos e latinos, para uma regular definição dos nomes de compostos químicos de remédios, por exemplo.Como temos sido injustos, todos nós, com a língua portuguesa, a começar no ensino das escolas, que é uma lástima! Ninguém mais se importa com os vícios e os barbarismos do dia-a-dia, nemcom o zelo da sintaxe, nem mesmo com a norma da Gramática. Como a desconhecemos, apesar de sua rica e multissecular sobrevivência! E desconhecê-la é desconhecermos a nós mesmos.Agora, diante da realidade nova apresentada pela Internet, mais uma vez a língua deverá passar por transformações, que afetarão seu uso cotidiano (bjs = beijos, naum = nao, etc), aprincípio, através dos e-mails, mas que mais tarde se refletirão no cotidiano das salas de aula, nas redações, e quando menos se perceber, atingirão a redação oficial do vestibulando, edepois do médico, do juiz, enfim do profissional.Às vezes a própria língua culta, a chamada norma culta, aquela que está nas gramáticas, aceita, com o passar do tempo, as corrupções que a dinâmica da língua falada impõe à línguacongelada nos manuais, como exemplo temos vossa merce > vosmerce > vosmice > vosce > você, devido ao falar “inculto” dos escravos.Nós, enquanto advogados, médicos, empresários, educadores, devemos defender os interesses da língua, não aqueles do passado, retrógrados, conservadores, mas os mínimos de hoje, do mundo dainformação. Um mundo veloz, mas que não pode atropelar valores, senão corremos o risco da ignorância, tanto verbais quanto humanas.Quando nos comunicamos clara e objetivamente estamos praticando um entendimento humano; quando simplesmente grunhimos estamos resgatando uma prática pré-humana, que pode levar toda umasociedade à miséria e à violência. Daí a importância da educação para reverter este processo e a nossa grande responsabilidade enquanto professores.Jucira OliveiraProfessora de Língua Portuguesa e Língua Espanhola.A partir da leitura do texto, assinale a alternativa correta:I. A autora afirma que a internet colaborará de modo positivo no processo de transformação da Língua Portuguesa.II. A autora afirma que diante da realidade nova apresentada pela Internet, mais uma vez a língua deverá passar por transformações, que afetarão seu uso cotidiano.III. A autora afirma que “em um mundo veloz” não há como defender a Língua Portuguesa, pois não há como barrar o processo de transformação natural da Língua Portuguesa.IV. A autora afirma que é melhor grunhir a praticar um entendimento humano da Língua Portuguesa, pois os professores não têm a incumbência de reverter o processo de transformação da LínguaPortuguesa.A partir do texto apresentado, assinale a alternativa que melhor corresponde às afirmações apresentadas no texto citado:Escolha uma:a. I está incorreta; II e III estão corretasb. Somente I e IV estão corretasc. I, II e IV estão corretasd. I, III e IV estão incorretase. I e II estão corretas
Respostas
respondido por:
5
essa ta difícil não tiver certeza é muito grande
Perguntas similares
7 anos atrás
7 anos atrás
9 anos atrás
9 anos atrás
9 anos atrás