As práticas religiosas no Brasil têm suas especificidades, que podem ser explicadas pelas características de sua formação social desde o período colonial.
A seguir, leia o texto escrito pela historiadora Mary del Priore:
“Quem toma a estrada BR 166 no trecho que liga o Rio de Janeiro à Bahia encontra, na altura do quilômetro 90, a Santinha da Serra: escondida no meio da exuberante Mata Atlântica que cobre a Serra dos Órgãos, perto de uma cascata, uma ermida singela abriga uma imagem de Nossa Senhora com estrela na testa e véu azul. Maria ou Iansã? As duas... A seus pés, velas coloridas e círios brancos, gamelas de barro com despachos, ex-votos de madeira narrando episódios milagrosos ocorridos na estrada. Nas mãos, flores de plástico, amuletos e terços.”
A partir do texto apresentado e sobre as práticas religiosas no Brasil durante o período colonial, é correto afirmar que estas se caracterizam:
A.
pela aculturação dos povos africanos frente à predominância da religião católica.
B.
pelo sincretismo entre a religião católica e as religiosidades africanas, além das contribuições indígenas.
C.
pelo mimetismo das práticas religiosas europeias e africanas, que não sofreram transformações na colônia.
D.
pela submissão da Igreja Católica aos rituais africanos, já que a maior parte da população era negra.
E.
pela total dominância da religião católica, por meio da repressão promovida pela Inquisição.
Respostas
Resposta: E
Explicação:
Resposta:
B.
pelo sincretismo entre a religião católica e as religiosidades africanas, além das contribuições indígenas.
Explicação:
O relato da Santinha da Serra evidencia o sincretismo entre a religião católica e as religiosidades africanas e indígenas. Demonstra também que, assim como a cultura, a religião não é estática e sofre transformações ao longo do tempo. Por isso, não se pode falar em aculturação, mas em apropriações e ressignificações, em virtude de interesses conjunturais e necessidades específicas, como aconteceu no período colonial. O catolicismo era a única religião permitida na Colônia, ainda que a maioria da população não fosse europeia e católica, e mesmo com a proibição de outros cultos e a perseguição de seus praticantes pela Inquisição, houve resistência e certas práticas religiosas continuaram ocorrendo na colônia.