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Em grande parte do mundo, o simples fato de ser mulher é um desafio muito grande. Pouca inserção no mercado de trabalho, cargos e salários desiguais aos dos homens, poucas oportunidades, falta de respeito, violência, feminicídio, assédio, entre tantos outros percalços fazem parte da vida das mulheres até hoje.
Apesar de uma consciência dessas problemáticas e de ações para mudá-las estejam tomando corpo gradativamente, muito ainda tem que ser feito para a igualdade de gênero ser alcançada de fato.
No esporte, essa disparidade e a dificuldade de inserção e destaque feminino podem ser facilmente observadas. Antigamente, a maior parte das modalidades era composta apenas por times masculinos, como futebol, por exemplo, já que era considerado um esporte “de homem”. E esse conceito surgiu bem lá atrás, na Grécia Antiga, onde se acreditava que as mulheres ficariam masculinizadas com exercícios, além de considerarem que elas não tinham condições físicas para a prática de esportes.
Mais próximo da atualidade, a própria legislação do Brasil, no período em que os militares estiveram no poder, determinava que esportes como o jiu-jitsu, futebol, entre outros eram proibidos para mulheres. Veja:
“Art. 54. Às mulheres não se permitirá a prática de desportos incompatíveis com as condições de sua natureza, devendo, para este efeito, o Conselho Nacional de Desportos baixar as necessárias instruções às entidades desportivas do país” (DECRETO-LEI Nº 3.199, DE 14 DE ABRIL DE 1941).
Em 1965, o Conselho Nacional de Desportos decidiu que: “Não é permitida a prática de lutas de qualquer natureza, futebol, futebol de salão, futebol de praia, polo-aquático, pólo, rugby, hanterofilismo e baseball”.
Com o passar dos anos, esse paradigma de exclusão de gênero para determinados esportes foi se extinguindo a partir do momento que as próprias mulheres passaram a inserir-se nesse meio, mesmo com os olhares “tortos” dos homens e até mesmo de outras mulheres que passaram a concordar forçosamente com aquela realidade restritiva.