SÃO PAULO – O futebol é mágico. Tem o dom de fazer pessoas inteligentes defenderem posições que, dificilmente, sustentariam em outros campos de atividade. Refiro-me à decisão da Conmebol de punir o Corinthians, excluindo sua torcida de todas as partidas da Libertadores. À primeira leitura, essa pode parecer uma sanção razoável, diante da enormidade que foi a morte do garoto boliviano atingido por um sinalizador disparado pelas hostes corintianas na última quarta-feira, em Oruro. A esmagadora maioria dos comentaristas que li aprovou a medida.
Pessoalmente, tenho medo da lógica que sustenta o código de punições da Conmebol e de outras confederações – que se apoiam numa ética puramente consequencialista, na qual só o que importa são os resultados das ações. Tudo o que produza mais bem do que mal fica inapelavelmente autorizado. Para evitar novas mortes e disciplinar o mau comportamento das torcidas organizadas, torna-se lícito fechar os portões do estádio para corintianos, mesmo que isso prejudique os jogadores e milhares de simpatizantes do time que não fizeram nada de errado.
Não sou um inimigo do consequencialismo. Ao contrário, tenho grande simpatia por ele, notadamente na bioética. Mas não podemos perder de vista que, em estado puro, ele leva a paradoxos. Numa visão estritamente consequencialista, o Estado pode deter um criminoso, ameaçando matar sua família, e o médico pode sacrificar um paciente saudável para, com seus órgãos, salvar a vida de cinco pessoas na fila do transplante.
O jornalista Hélio Schwartsman procurou expor uma ideia acerca da violência nos estádios de futebol, em decorrência das torcidas organizadas. Quanto à sequência textual apresentada, a tese apresentada pelo colunista se baseia na ideia de que: expor uma ideia acerca da violência nos estádios de futebol, em decorrência das torcidas organizadas. Quanto à sequência textual apresentada, a tese apresentada pelo colunista se baseia na ideia de que:
A
concorda plenamente com a ação do Estado em punir o time do Corinthians, proibindo quaisquer manifestações de torcedores.
B
aceita que as punições impostas pela Conmebol são suficientes diante da problemática da violência nos estádios.
C
a violência nos estádios de futebol não se encontra, necessariamente, atrelada à presença de torcidas organizadas.
D
mantém um equilíbrio quanto ao que pensa, pois, embora não concorde com a violência nos estádios, acredita que certas punições são exageradas.
E
sempre que existirem punições, elas devem também pensar no nível em que vão atingir os torcedores não membros de torcidas organizadas.
Respostas
A tese apresentada pelo colunista Hélio Schwartsman se baseia na ideia de que ele mantém um equilíbrio quanto ao que pensa, pois, embora não concorde com a violência nos estádios, acredita que certas punições são exageradas. Por isso, a alternativa correta é a letra D.
O que é o consequencialismo?
Podemos dizer que esta é uma doutrina que faz parte da filosofia moral e da ética, que indica que o valor moral de determinada coisa se dá somente por suas consequências.
O jornalista Hélio Schwartsman discorda um pouco do consequencialismo puro quando se trata de futebol. Ele pensa que punir a tudo e todos de uma mesma forma não é ser justo, mas desigual com a maioria dos torcedores. Ou seja, ele não concorda com todas as punições que são impostas, mesmo que não concorde com a violência.
Veja mais sobre consequencialismo:
https://brainly.com.br/tarefa/39328547
#SPJ1