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encantou no dia 24 de janeiro de 2007. Nascido em 10 de janeiro de 1924, era poeta, trovador e advogado, casado com Dona Conceição Tavares Neves.
Sobre ele, diz A. A. de Assis:
"Um dos mais perfeitos poetas de
todos os tempos. Autor de versos como estes:
Velho cultor de utopias,
e de ambições sobranceiras,
sonho ver, ainda em meus dias,
um mundo igual, sem fronteiras.
Que pena que eles não possam ficar pelo menos mil anos por aqui! A gente sabe que passam a viver num lugar bonito, mais alegre, mais assim como a bela utopia do querido mestre carioca - o céu dos puros de coração. Mas a saudade fica batendo forte. que falta você nos faz, Waldir! Vamos todos sentir um vazio enorme sem você. Sua voz amiga, seu olhar sereno, seu gostoso sorriso, seu paternal carinho no trato com os novos. Ah, Waldir, que triste é ficar longe de você! Mas a vida é assim mesmo. Você veio, multiplicou talentos, semeou a bondade, produziu poesia belíssima, cumpriu encantadoramente sua missão neste planeta. Agora vai fazer companhia a Luiz Otávio, Zé Maria, Aparício, Elton, Madalena Léa, Lilinha, São Francisco de Assis, um punhado de geniais parceiros de viola e rima. Dê um abraço em cada um deles, Waldir, em nome de todos nós que provisoriamente aqui permanecemos. Um dia estaremos juntos outra vez. E numa festa interminável formaremos aí no céu, de mãos dadas com os anjos da paz, a maior roda de trovas de todos os séculos! (Trovia 91 jan-fev 2007)"
O Mestre Magnifico Trovador Waldir Neves, uma das grandes presenças nos concursos e jogos florais,
foi-se sem nos deixar nenhum livro impresso. Apenas suas trovas e sonetos publicados em sites, revista, jornais e boletins acadêmicos. Mas ainda em 2007, seus familiares se propuseram a sanar esse vaquo, publicando Retalhos da Alma, uma robusta obra que reúne 304 trovas lirico-filosóficas e 80 humorísticas, com belíssimo prefácio de Antonio Carlos Teixeira Pinto, o que vem resgatar um pouco do que ficou recolhido em suas gavetas, mas para agradável surpresa de todos nós, em 2008 repetiram a dose, com sonetos e poemas intitulado Reflexões Íntimas. Ficamos, assim, cientes de que há dois livros dele em circulação, bastando uma busca.
Passemos agora ao que considero
Mínima Seleta:
Partilhar quando há fartura,
- eu já fiz... Você já fez.
Mas só com muita ternura
alguém partilha a escassez.
&
Caixa Preta
- soneto -
Quando me vão fechar na caixa-preta?
- Dolorosa pergunta que me faço.
Em que abismo, em que cova, em que valeta
irão lançar meu rígido bagaço?
Que serei quando a fúnebre carreta
me levar já sem dores e cansaço?
Inda ouvirei a lúgubre sineta?
Meus olhos notarão o azul do espaço?
Algo de mim aos céus terá subido,
deixando ali meu corpo inerte e frio
para no próprio pó ser consumido?
Ou será tudo enredo de opereta,
e a vida mais não é do que um vazio
capaz de encher, somente, a caixa-preta?
(Soneto publicado no BALI 195 e
fornecido pelo Trovador Edmar Japiassu Maia)
Aqui alguns sites contendo variada
messe da lavra do nosso bardo:
Florilégio de tudo
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