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Resposta:
Lourença
era uma menina pequenina e diferente: quando fechava os olhos vivia aventuras
maravilhosas. Exatamente por isso “não gostava de ninguém que se pusesse entre ela
e sua imaginação”. O que mais gostava de fazer era comer maçãs, onde deixava
seus pequenos e finos dentes de menina. Tão pequenas eram as mordidas deixadas
nas frutas que fizeram com que lhe apelidassem de Dentes de Rato. Também
gostava de se deitar para dormir, mas apenas para sonhar acordada com aventuras
e com pessoas diferentes.
Aos
seis anos já sabia coisas que ninguém sabia que ela sabia. Ela lia ás
escondidas os livros dos adultos, pois aprendera a ler com o seu irmão Falco
que tinha aulas em casa por estar sempre doente.
Lourença, além de Falco, tinha mais dois irmãos: Artur e Marta.
A
família passava a vida a mudar de casa, por isso, Lourença conhecia muitas
pessoas e lugares. O seu pai parecia uma visita, já que se levantava tarde e
saía pouco falando, só se tornava expansivo no Carnaval, porém Dentes de Rato
admirava-o.
A mãe, essa andava sempre muito ocupada com a casa e as constantes mudanças.
Solidário
à poesia e às desventuras de Lourença, o narrador do livro revela, numa
linguagem simples e próxima ao universo criativo da personagem, um pouco da
trajetória de crescimento da menina:
a mudança de colégio, a ausência do pai, a distância afetiva da mãe e dos
irmãos, os safanões e puxões de Tio António, a troca de residência e as férias
em Cavaleiros.
Terminadas as férias, enfim, Lourença volta ao colégio mais forte. A perda dos
dentes, seu rito iniciático, faz-lhe forte o coração. A menina chega, assim, aos
nove anos, sem que ninguém se ponha entre ela e
sua imaginação: “Achou que o mundo inteiro esperava por ela, e os mares todos,
com suas tempestades, podiam ficar calmos porque ela assim queria que fosse”.