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Os fenícios eram povos da antiga Fenícia, atual Tunísia. Foram contemporâneos dos hebreus, império grego e império romano. Esse povo é conhecido pelo comércio, navegações e alfabeto. Os fenícios criaram estratégias de comércio muito à frente do seu tempo, fator que ajudou no reconhecimento que existe hoje.
Eles viviam em uma região pouco produtiva para agricultura ou criação de animais. As antigas civilizações nasciam à beira de rios, a Mesopotâmia é um exemplo disso. A Fenícia estava próxima dos mares. Por essa proximidade com os oceanos eles passaram a dominar as navegações e a fazerem vendas maiores.
Fenício é um termo inventado pelos gregos. O real nome desse povo é cananeu. Eles eram assim chamados porque vendiam púrpura (pigmento para tecidos). Em grego púrpura significa phoinikes, que passado para o latim fica poenicus, e em português fenícios.
Ilustração rupestre de uma embarcação fenícia.
Divisão da Fenícia
Apesar de ser chamada como um país, a Fenícia está mais para um conjunto de várias cidades e colônias. Essas cidades podem ser chamadas de cidades-estados. Havia um rei que estava ciente do que acontecia nas cidades e colônias, mas cada lugar tinha sua própria liderança política.
As cidades mais conhecidas feitas pelos fenícios eram Sidon, Biblos e Tiro. No total eram 25. Cada uma desempenhava um papel diferente:
Biblos – era famosa por fabricar e livros. Essa cidade tinha boa relação de comércio com Chipre e Egito. Desses dois lugares os produtores da região de Biblos importavam papiros, que eram fundamentais para produzir livros;
Sidon - cidade de muito importante para o mundo antigo. Quando o Egito perdeu a sua grandeza política, social e comercial Sidon ocupou esse lugar de prestígio entre os reinos, países e cidades da época;
Tiro - próxima ao Mediterrâneo, Tiro por sua vez era a mais importante das cidades. Estava próxima ao mar e isso era bom para os negócios desse povo.
Sociedade dos fenícios
Existem alguns conceitos importantes para entender como era feita a divisão social desse povo. Eles tinham castas, ou seja, a sociedade tinha grupos fechados que possuíam uma hierarquia. Na ordem da casta mais importante para a menos valiosa a divisão era: sacerdotes, aristocratas, comerciantes, homens livres e escravos.
Em relação ao modo de governo, a política estabelecida era de monarquia. Havia um rei e nas cidades tinham comerciantes e anciões que ajudavam esse rei.
Comerciantes e comércio
Os comerciantes fenícios eram de grande valor. No mundo antigo e até a idade média o trabalho não era algo bem visto. Essa visão só mudou após a reforma protestante quando “o trabalho dignifica o homem” passou a ser um termo bem visto. Entendia-se que quem precisava trabalhar não havia sido suficientemente abençoado para ser rico.
A sociedade fenícia enxergava as coisas de outra forma. Os comerciantes eram bem vistos e tão bem quistos que ajudavam os reis no governo. Mas isso eram os grandes negociantes, os pequenos permaneciam próximos dos escravos na divisão social.
As navegações foram o que elevaram o comércio fenício a novos patamares. Eles foram os primeiros a circularem o continente africano. Eles souberam como andar nos oceanos, em uma época onde temiam os monstros marinhos. Chegar na borda do mundo era aterrorizante (achavam que a terra era plana, e a linha que se enxergava no horizonte, ao olhar para o mar, era a borda que levava a um precipício infinito).
Os maiores produtos de vendas eram o cedro e a púrpura. O cedro leva cerca de dois mil anos para se decompor. Por ser uma madeira resistente era procurada para construções. Palacetes e templos foram construídos com o cedro vendido pelos fenícios.
A cor púrpura foi um achado desse povo. A proximidade deles com o mar ajudou na percepção de conchas de moluscos que ficavam na praia. Algumas soltavam um líquido que variava entre as cores, conhecidas hoje como violeta, lilás e roxo. A púrpura era um produto caro, que só os ricos comerciantes vendiam, e só os ricos compradores tinham acesso.
Durante o império romano somente o imperador tinha acesso a púrpura. Era algo tão valioso, que Nero sentenciava a morte quem ousasse usar a cor, sem que fosse ele, o imperador. Na Grécia antiga, a restrição não era igual, mas só alta sociedade tinha como ter. Quem tinha roupas com aquela cor diferente de longe sabia-se que era alguém nobre, de muitas posses.
Religião
Assim como muitas culturas das civilizações antigas, os fenícios também eram politeístas. O principal deus segundo as crenças fenícias era Baal. O nome de alguns deuses variavam de cidade em cidade justamente por causa da falta de centralização, mas a essências religiosa era a mesma.
Baal é citado em uma das histórias bíblicas. "Os profetas de Baal e Elias", ou "Elias contra os profetas de Baal". Havia hebreus que levantavam altares para Baal, e essa história conta um pouco disso, a diversidade religiosa da época.