• Matéria: História
  • Autor: yleuname4768
  • Perguntado 2 anos atrás

A primeira coisa que guardei na memória foi um vaso de louça vidrada, cheio de pitombas1, escondido atrás de uma porta. Ignoro onde o vi, quando o vi, e se uma parte do caso remoto não desaguasse noutro posterior, julgá-lo-ia sonho. Talvez nem me recorde bem do vaso: é possível que a imagem, brilhante e esguia, permaneça por eu a ter comunicado a pessoas que a confirmaram. [. ] houve uma segunda aberta entre as nuvens espessas que me cobriam: percebi muitas caras, palavras insensatas. Que idade teria eu? pelas contas de minha mãe, andava em dois ou três anos. [. ] achava-me numa vasta sala, de paredes sujas. Com certeza não era vasta, como presumi [. ]. Contudo pareceu-me enorme. [. ] a sala estava cheia de gente. Um velho de barbas longas dominava uma negra mesa, e diversos meninos, em bancos sem encostos, seguravam folhas de papel e esgoelavam-se: – um b com um a – b, a: ba; um b com um e – b, e: be. Assim por diante, até u. Em escolas primárias da roça ouvi cantarem a soletração de várias maneiras. Nenhuma como aquela, e a toada única, as letras e as pitombas convencem-me de que a sala, as árvores, [. ] a mesa, o professor e os alunos existiram. Tudo é bem nítido, muito mais nítido que o vaso. [. ] de repente me senti longe, num fundo de casa, mas ignoro de que jeito me levaram para lá, quem me levou. Dois ou três vultos desceram ao quintal, de terra vermelha molhada [. ]. Mandaram-me descer também. Resisti: o degrau que me separava do terreiro era alto demais para as minhas pernas. Transportaram-me [. ]. Acordei numa espécie de cozinha, sob um teto baixo, de palha, entre homens que vestiam camisas brancas. [. ] tínhamos deixado a cidadezinha onde vivíamos, em alagoas, e entrávamos no sertão de pernambuco, eu, meu pai, minha mãe, duas irmãs. [. ] datam desse tempo as minhas mais antigas recordações do ambiente onde me desenvolvi [. ]. Até então algumas pessoas, ou fragmentos de pessoas, tinham-se manifestado, mas para bem dizer viviam fora do espaço. Começaram pouco a pouco a localizar-se [. ] *vocabulário: 1pitombas: é um fruto pequeno e arredondado típico do nordeste brasileiro. O valor humano e social em evidência nesse texto é a frequência de movimentos migratórios. A importância da memória para o desenvolvimento do indivíduo. A necessidade de comunicação entre as pessoas. A prática da soletração durante o processo de alfabetização. A relação de afeto das mães com os seus filhos

Respostas

respondido por: aninha010605
3

Resposta:

b

Explicação:

a importância da memória para o desenvolvimento do indivíduo.

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