Dos chefes de Estado que tem tido o Brasil, o que mais amou, e muito profundamente o Rio de Janeiro, foi sem dúvida, D. João VI [...]. A gente para eles [os artistas], um pouco mais que animais, eram uns negros à toa; e a natureza, um flagelo de mosquitos e cascavéis, sem possuir uma proporcionalidade com o homem, como a de Portugal, que parecia um jardim feito para o homem.
Mesmo os nossos poetas mais velhos nunca entenderam a nossa vegetação, os nossos mares, os nossos rios; não compreendiam as nossas coisas naturais e nunca lhes pegaram a alma, o substractum; e se queriam dizer alguma coisa sobre ela caíam no lugar comum amplificado e no encadeamento de adjetivos grandiloquentes, [...] como se poderia exigir de funcionários, fidalgos limitados na sua própria prosápia, uma maior força de sentimento diante dos novos quadros naturais que a luminosa Guanabara lhes dava, cercando as águas de mercúrio de suas harmoniosas enseadas?
D. João VI, porém, nobre de alta linhagem e príncipe do século de Rousseau, mal enfronhado na literatura palerma dos árcades, dos desembargadores e repentistas, estava mais apto para senti-los de primeira mão, diretamente.”
BARRETO, Lima. “Magoa que rala.” Feiras e Mafuás – Artigos e crônicas. 2. ed. São Paulo: Brasiliense, 1961 (fragmento).
Ao abordar a estada de D. João VI e da Família Real em terras brasileiras, o narrador denuncia uma postura artística colonial. Qual?
POR FAVOR, QUEM SOUBER RESPONDER, ME AJUDE!! Estou fazendo os exercícios da apostila. Não consigo responder esse
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Ao abordar a estada de D. João VI e da família real em terras brasileiras, o autor condena os artistas que não se deixaram tocar pela força da paisagem brasileira, preferindo cenários e personagens artificiais.
Explicação: acho que a resposta é essa.
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