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Resposta:
Desde os tempos do idealismo alemão se aceita que cada época ou Geistgeschichte, o Espírito do Tempo, engendra o seu próprio paradigma de educação. Os períodos se sucedem e, cada um por sua vez, projeta um modelo, uma concepção do que vem a ser um jovem educado ou do súdito ou do cidadão ideal. Comete um engano quem pensa que esse ideal possa ser universalmente partilhado, adotado por todos seus contemporâneos de uma forma inquestionável. Convivendo no mesmo período histórico, praticamente um ao lado do outro, assiste-se a existência de dois ou mais modelos ideais não só divergentes como também opostos. O exemplo histórico mais chamativo que nos ocorre é o que se deu com os padrões educacionais que servem até hoje como matrizes da cultura pedagógica ocidental, o espartano e o ateniense, o agogê e a paidéia, forjados mais ou menos no mesmo cenário (entre os séculos 7 e 4 a.C.).
O método narrativo adotado nesta síntese concentrou-se em atentar para um só objetivo: dar ao leitor, através de uma palavra-chave, a ideia mais próxima possível da realidade do que os educadores daqueles tempos, ditos clássicos, esperavam atingir com seus objetivos pedagógicos - uma palavra cuja simples enunciação esclarecia qual a motivação pretendida. Identificamos, por exemplo, que entre os espartanos, uma sociedade de soldados, a educação voltava-se fundamentalmente para estimular a coragem (thimós) entre os jovens como a meta final pretendida, enquanto os rivais atenienses concentravam-se em desenvolver nos estudantes um formidável domínio da palavra (logos), essencial para o bom funcionamento da democracia.