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Harry Jacob Anslinger foi um Comissário do serviço de Narcóticos dos Estados Unidos, cargo criado durante a gestão do presidente Herbert Clark Hoover . Harry J. Anslinger se tornou comissário do serviço de narcóticos em 12 de agosto de 1930 , com 38 anos, e continuou no cargo até o ano de 1962 . Conhecido apenas por enfatizar a proibição da maconha no país por motivos economicos, já que a cannabis e seu derivado, o canhamo, estavam derrubando a industria do papel, pois serviam de matéria prima mais barata do que a das madeireiras. Sendo assim, Anslinger movido por interesse próprio e de seus amigos em variadas indústrias como Hearst, DuPont, etc, começou sua longa cruzada contra a maconha.
A Conferencia da Maconha foi realizada em 5 de dezembro de 1938, onde Anslinger convocou o departamento de tesouro americano assim como médicos renomados do país, para formar opiniões sobre a legalidade e a viabilidade do comércio do cãnhamo. Em 1920, sob pressão de grupos religiosos protestantes, os Estados Unidos decretaram a proibição da produção e da comercialização de bebidas alcoólicas. Foi aí que Henry Anslinger surgiu na vida pública americana – reprimindo o tráfico de rum que vinha das Bahamas. Foi aí, também, que a maconha entrou na vida de muita gente – e não só dos mexicanos.
«A proibição do álcool foi o estopim para o ‘boom’ da maconha», afirma o historiador inglês Richard Davenport-Hines, especialista na história dos narcóticos, em seu livro The Pursuit of Oblivion . «Na medida em que ficou mais difícil obter bebidas alcoólicas e elas ficaram mais caras e piores, pequenos cafés que vendiam maconha começaram a proliferar», escreveu. Anslinger foi promovido a chefe da Divisão de Controle Estrangeiro do Comitê de Proibição e sua tarefa era cuidar do contrabando de bebidas. Foi nessa época que ele percebeu o clima de antipatia contra a maconha que tomava a nação.
Nessa época, a maconha virou a droga de escolha dos músicos de jazz, que afirmavam ficar mais criativos depois de fumar. Anslinger agarrou-se firme à bandeira proibicionista, batalhou para divulgar os mitos antimaconha e, em 1930, quando o governo, preocupado com a cocaína e o ópio, criou o FBN , ele articulou para chefiá-lo. De repente, de um cargo burocrático obscuro, Anslinger passou a ser o responsável pela política de drogas do país. Anslinger era casado com a sobrinha de Andrew W. Mellon, dono da gigante petrolífera Gulf Oil e um dos principais investidores da igualmente gigante Du Pont.
«A maconha foi proibida por interesses econômicos, especialmente para abrir o mercado das fibras naturais para o náilon», afirma o jurista Wálter Maierovitch, especialista em tráfico de entorpecentes e ex-secretário nacional antidrogas. Hearst iniciou, nos anos 30, uma intensa campanha contra a maconha. Seus jornais passaram a publicar seguidas matérias sobre a droga, às vezes afirmando que a maconha fazia os mexicanos estuprarem mulheres brancas, outras noticiando que 60% dos crimes eram cometidos sob efeito da droga . Anslinger era presença constante nos jornais de Hearst, onde contava suas histórias de terror.
Em 1937, Anslinger foi ao Congresso dizer que, sob o efeito da maconha, «algumas pessoas embarcam numa raiva delirante e cometem crimes violentos». Os deputados votaram pela proibição do cultivo, da venda e do uso da cannabis, sem levar em conta as pesquisas que afirmavam que a substância era segura. Anslinger também atuou internacionalmente. «A proibição das drogas serve aos governos porque é uma forma de controle social das minorias», diz o cientista político Thiago Rodrigues, pesquisador do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre Psicoativos.
Por isso a proibição da maconha fez tanto sucesso no mundo. A proibição foi virando uma forma de controle internacional por parte dos Estados Unidos, especialmente depois de 1961, quando uma convenção da ONU determinou que as drogas são ruins para a saúde e o bem-estar da humanidade e, portanto, eram necessárias ações coordenadas e universais para reprimir seu uso. Estava erguida uma estrutura mundial interessada em manter as drogas na ilegalidade, a maconha entre elas. Um ano depois, em 1962, o presidente John Kennedy demitiu Anslinger – depois de nada menos que 32 anos à frente do FBN.
Um grupo formado para analisar os efeitos da droga concluiu que os riscos da maconha estavam sendo exagerados e que a tese de que ela levava a drogas mais pesadas era furada.
Tentei resumir no máximo, espero ter ajudado!