“Desconheço como vós, homens de Atenas, fostes afetados por meus acusadores. Quanto a mim, por pouco não perdi a noção da minha própria identidade tal a persuasão com que discursaram. E, no entanto, dificilmente haja uma única palavra de verdade no que disseram. Das muitas mentiras que disseram, uma especialmente surpreendeu-me bastante, a saber, que deveis vos acautelar para não serdes ludibriados por mim porque eu era um orador extraordinariamente hábil. [...] Se é isso que querem dizer, concordo que eu seja um orador, ainda que não no estilo deles, pois, como digo, há pouco ou nada de verdadeiro no que disseram, enquanto de mim tudo que ouvireis será verdade.” PLATÃO. Apologia de Sócrates. In: Platão: Apologia de Sócrates, O banquete e Fedro. São Paulo: Folha de S.Paulo, 2010. p. 9. (Coleção Livros que mudaram o mundo).
Nesse texto, Sócrates defende-se de seus acusadores. Sobre esse trecho, é possível dizer que:
(A)Expressa o elogio socrático à oratória de seus acusadores, capaz de fazê-lo perder a noção da própria identidade.
(B)Expõe o momento em que o filósofo Sócrates assume suas habilidades oratórias, herdadas da retórica dos sofistas.
(C)Indica a principal característica do diálogo socrático, que consiste na fala enigmática que tenta levar seu interlocutor à dúvida.
(D)Manifesta a crítica socrática a um tipo de retórica que consiste em um discurso utilizado, sobretudo, para persuadir os interlocutores.
(E)Revela a ironia socrática, pois o filósofo procura interpelar os homens de Atenas para, por fim, assumir a própria ignorância nos assuntos de oratória.
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(D)Manifesta a crítica socrática a um tipo de retórica que consiste em um discurso utilizado, sobretudo, para persuadir os interlocutores.
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