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Após 70 anos, idoso que perdeu trem durante viagem com a família reencontra irmãos em Tupã Laudelino é da Bahia e se separou dos irmãos aos 13 anos quando eles foram para São Paulo em busca de melhores condições de vida. Trabalhador rural mora no distrito de Parnaso e tinha medo de nunca mais encontrar a família. Por Júlia Nunes*, G1 Bauru e Marília 22/11/2020 08h32 A história de vida do trabalhador rural Laudelino Martins da Silveira, morador do distrito de Parnaso, em Tupã (SP), sempre encantou os seus filhos, netos e amigos. Aos 13 anos, ele se atrasou para voltar ao trem durante uma viagem com a família e se perdeu dos parentes por 70 anos. No último mês, seu Laudelino descobriu que a realização do sonho de reencontrar a família estava mais próxima do que ele esperava. De acordo com a cuidadora do idoso, Valdinéia Batista Guimarães, parentes decidiram compartilhar a história do seu Lau na internet e, com a ajuda de um especialista, encontraram os familiares em Campinas, Adamantina e Pacaembu. Segundo a neta de um dos irmãos de Laudelino, Taís Silveira, o corte que seu Lau fez na mão quando criança em uma máquina de cana foi uma das provas que ajudou os parentes a se reconhecerem. O reencontro teve direito à comemoração do aniversário de 83 anos do seu Lau, ao lado dos irmãos de quem sentia tanta saudade. Na festa, tios, sobrinhos e primos também tiveram a chance de se conhecer, e Taís contou que foi um evento emocionante. “Foi bem gostoso, principalmente para os que conviveram juntos, meu avô, ele, porque eles ficam lembrando tudo da infância. Eles têm uma memória que meu Deus”, comenta a sobrinha-neta. Uma longa viagem A família de Laudelino é composta por oito irmãos, mas uma das irmãs já é falecida. Eles nasceram na região sul da Bahia e, em 1950, seu Lau, o pai e um irmão decidiram viajar para São Paulo em busca de melhores condições de vida. A ideia, segundo Taís, era encontrar uma cidade onde poderiam morar e retornar para Bahia para buscar o restante da família. No entanto, em uma das paradas da viagem, Laudelino tomou uma decisão que mudaria o seu futuro. “Eu saí com meu pai e meu irmão para ir para o estado de São Paulo. Quando chegou antes do Rio de Janeiro, eu desci do trem, saí fora e fui andar um pouco. Meu irmão ainda conseguiu montar no trem de volta, mas eu não consegui. Fiquei sozinho uns três dias andando para cima e para baixo”, lembra seu Lau. Segundo a cuidadora do idoso, um dos funcionários da estação percebeu que Laudelino estava perdido e o levou para um abrigo em São Paulo, onde ele ficou por cerca de cinco meses e fez um plano com um dos amigos para sair do local. Valdinéia contou ao G1 que, no fim do ano, as crianças do abrigo podiam pegar um passe para ver parentes em outras cidades. Segundo ela, Laudelino mentiu que tinha família em Tupã para viajar com um amigo que estava indo para o município. “Só que quando ele saiu para viajar, a Justiça descobriu que ele tinha saído escondido e quando ele desceu na estação de Tupã, já tinha uma pessoa esperando e deixou ele internado no Juizado de Menores de Tupã dos 13 aos 17 anos”, explica Valdinéia. Foi neste local que Laudelino conheceu o homem que se tornaria o seu sogro. Aos 17 anos, ele foi chamado para trabalhar na fazenda de um dos funcionários do abrigo no distrito de Parnaso, onde mora até hoje. Lá, ele conheceu sua esposa, filha do patrão, casou-se e teve quatro filhos. “Me chamaram para trabalhar na lavoura e ganhei um ‘salarinho’ para construir minha vida. Casei com a filha dele, ganhei um pai e uma mãe que Deus me deu e estamos até hoje na fazenda, só trocou de nome”, conta seu Lau. Sobre a oportunidade de reencontrar a família depois de 70 anos com medo de nunca mais vê-la, Laudelino disse que pretende nunca mais perder o vínculo com os irmãos. “Me senti abandonado, deu muita sorte que passou o cara e me ajudou [na estação]. Setenta anos sem se ver e a gente estava tão perto. Foi tão bacana, no dia do meu aniversário conheci meus irmãos de Campinas e já estamos marcando outra festinha”, afirma seu Lau. *Sob supervisão de Mariana Bonora. Disponível em:
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público, com intuito de acessibilizar as informações consideradas relevantes. A notícia abrange todas as áreas que são coletivamente importantes, como política, economia, cultura, segurança, saúde, educação, meio ambiente e outros.
Sua estrutura divide-se em: título, lide, informações secundárias e detalhes. A linguagem deve ser objetiva, acessível e impessoal, atendo-se a representar a realidade dos fatos, sem inserir julgamento pessoal.
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