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Em meio à confusão e inquietude incessante das grandes cidades, regidas pelo tempo do relógio -- um ditador que nos engole e exaure pedindo sempre maior pressa, maior produtividade e maior eficiência -- , Daniel Munduruku nos vem falar de um outro tempo: um tempo circular, afinado à natureza e ao nosso ritmo interior. O autor nos relata um pouco de sua própria vida, ao mesmo tempo em que nos presenteia com histórias da tradição do seu povo -- histórias que nos ajudam a aprender a viver. Ficamos sabendo o modo como Daniel, ou Derpó, como ele é chamado entre os mundurukus, escolheu deixar de lado o mundo harmonioso e protegido em que cresceu para se aventurar pelo mundo desconhecido e caótico da cidade grande. Essa escolha difícil foi motivada por uma promessa feita a seu avô: a de passar adiante sua sabedoria. É assim que Daniel se torna professor; ou, como ele costuma dizer, "confessor de sonhos". Se parte do seu conhecimento adquirido na infância tornava-se inútil na cidade (como caçar e subir em árvores, por exemplo), ao mesmo tempo a sabedoria de seus ancestrais foi fundamental para que conseguisse sobreviver em território estranho. Às teorias sofisticadas aprendidas na faculdade de Filosofia, que muitas vezes apenas multiplicavam dúvidas e inquietações, Daniel antepõe uma filosofia mais simples, mas talvez mais humana -- a de abrir cada dia como um novo presente e a de viver a vida sem ansiedade, nos afinando com nosso ritmo interno