• Matéria: Música
  • Autor: Eulandi
  • Perguntado 8 anos atrás

alguém pode me ajudar na interpretação da música : TEMPO PERDIDO, de legião urbana.

Todos os dias quando acordo
Não tenho mais o tempo que passou
Mas tenho muito tempo
Temos todo o tempo do mundo

Todos os dias antes de dormir
Lembro e esqueço como foi o dia
Sempre em frente
Não temos tempo a perder

Nosso suor sagrado
É bem mais belo que esse sangue amargo
E tão sério e selvagem
Selvagem, selvagem

Veja o sol dessa manhã tão cinza
A tempestade que chega é da cor dos teus olhos
Castanhos

Então me abraça forte
Me diz mais uma vez que já estamos
Distantes de tudo
Temos nosso próprio tempo
Temos nosso próprio tempo
Temos nosso próprio tempo

Não tenho medo do escuro
Mas deixe as luzes acesas agora
O que foi escondido é o que se escondeu
E o que foi prometido, ninguém prometeu

Nem foi tempo perdido
Somos tão jovens
Tão jovens, tão jovens

Respostas

respondido por: LyhRose161
46
Todos os dias quando acordo
Não tenho mais
O tempo que passou
Mas tenho muito tempo
Temos todo o tempo do mundo...

Essa música não é muito simbólica ou própria, é claro que é uma letra crítica, mas é bem exposta e bem fácil de ser analisada. É um diálogo entre a primeira pessoa com ela mesma e com uma segunda.
Essa primeira parte, Renato faz uma reflexão literal de tempo perdido. Todos os dias, quando acordamos, não temos mais o tempo que passou, porque todos os segundos da noite anterior, ficaram num marco do passado, mas mesmo assim, não tendo como ter o tempo que passou, tem o tempo todo do mundo. Interessante pensar no tempo que Renato descreve através de "dormir". Dormir, é deixar de estar conectado no mundo, onde o tempo passa e você não sente diretamente... dormir poderia ser substituido à cada piscar dos nossos olhos, ou a cada mudança de ponteiro no relógio ou em cada décimo de segundos.

Todos os dias
Antes de dormir
Lembro e esqueço
Como foi o dia
Sempre em frente
Não temos tempo a perder...

Aqui, a Reflexão não está formatada em crer que o tempo passou, e que ele passará, mas na evolução como ser humano enquanto o tempo passa...
Todos os dias, antes de dormir, lembrar o que é relevante e importante de melhorar, esquecer o que não nos faz bem e não mudará em nada nossa vida, tudo isso relacionado ao que passamos, e sempre seguindo em frente, afinal, não temos tempo à perder... O relógio passa com seus ponteiros e o tempo escorre por eles, não devemos perdê-lo! (...)

Nosso suor sagrado
É bem mais belo
Que esse sangue amargo
E tão sério
E Selvagem! Selvagem!
Selvagem!...

Nestes versos, Renato pela primeira vez não se refere ao tempo diretamente.
O suor sagrado derramado pelo trabalho árduo que o tempo consome, é mais belo, mais honroso, mais idôneo, que o sangue amargo e podre, sério e selvagem de quem os manda, de quem eles devem obedecer. Não critica patrões, mas os donos das leis.
Veja o sol
Dessa manhã tão cinza
A tempestade que chega
É da cor dos teus olhos
Castanhos...
Então me abraça forte
E diz mais uma vez
Que já estamos
Distantes de tudo
Temos nosso próprio tempo
Temos nosso próprio tempo
Temos nosso próprio tempo...

Essa parte, Renato dedica praticamente todos os versos pra terceira pessoa.
É bem simples, bem direta e não carece de análise, crendo eu, que seja algo mais próprio, mas que todos conseguem entender perfeitamente. Renato se refugiando nos braços de alguém, e esperando ouvir que tudo irá passar, e que eles têm o próprio tempo de agir, sendo portanto, corredores contra o tempo.
Não tenho medo do escuro
Mas deixe as luzes
Acesas agora
O que foi escondido
É o que se escondeu
E o que foi prometido
Ninguém prometeu
Nem foi tempo perdido
Somos tão jovens...
Tão Jovens! 
Tão Jovens!...

Essa parte, creio eu reforça novamente a ideia base de toda a música e principalmente dos versos anteriores.
"Não tenho medo do escuro/Mas deixe as luzes acesas" - levando pra um lado simbólico e pouco lógico da minha parte, como a noite, se referia à o tempo ser passado, o escuro é o efeito da noite, o tempo que se passa. Ele não tem medo do tempo se passar, mas prefere evitar ele (ele não tem medo do escuro, mas quer as luzes acesas).
"O que foi escondido é o que se escondeu", se referindo talvez, de uma forma crítica, aos sentimentos que do dia pra noite dizemos já não existir, como se fosse culpa de algo diferente, e não de nós mesmos, ou até criticamente, do dinheiro do povo roubado por políticos e terceiros.
A mesma filosofia pra promessa. Ninguém cumpre promessas e do dia pra noite elas se desfazem, como se o erro fosse dos outros, e jamais nosso, de ter o caráter de encarar decentemente nossas palavras.
___

O tempo passa, e muitas vezes não aproveitamos direitamente... perdendo-o.
Por mais que percamos oportunidades ou portas que o tempo mesmo pode abrir, nada é perdido. Nada é tempo perdido. O tempo nos mostra coisas, nos esconde coisas, nos faz refletir. Ele nunca é perdido, nem quando julgamos que o perdemos, porque de certa forma, acabamos aprendendo com outras situações, que não teriam tido os mesmos efeitos caso escolhêssemos o comodismo que o tempo e a sociedade nos dão. 

Eulandi: muito obrigada!!!, você me ajudou muito.
LyhRose161: :)
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