• Matéria: Artes
  • Autor: jl64077
  • Perguntado 8 anos atrás

Quais são os períodos greco-romanos , e os que motivam tais períodos?... Me ajudam por favor.

Respostas

respondido por: Dayse151
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O Egito greco-romano (332 a.C.-395 d.C.) compreende o período em que o Egito viveu sob domínio greco-macedônico e, posteriormente, romano. Nesta época em que as culturas grega e romana foram introduzidas no Egito, juntamente com a população que lá se estabeleceu, verificamos uma relação religiosa complexa entre as diversas esferas culturais envolvidas. Enquanto a religião tradicional permaneceu nos meios oficiais dos templos, na chôra egípcia (o Egito excetuando-se a cidade de Alexandria) a cultura popular expressa, de maneira mais nítida, a relação sincrética entre os elementos religiosos egípcios e greco-romanos. Esta comunicação tem como objetivo discutir alguns aspectos do culto de Ísis no Egito greco-romano, tendo como fonte de estudo as estatuetas de terracota que representam a deusa, as quais constituem um dos meios de expressão desta religiosidade popular. 





A RELIGIÃO NO EGITO GRECO-ROMANO: A REPRESENTAÇÃO DE ÍSIS EM ESTATUETAS DE TERRACOTA 


MÁRCIA SEVERINA VASQUES 





O período conhecido como greco-romano inicia-se, no Egito, com a conquista de Alexandre Magno (332 a.C.), que veio substituir outro governo estrangeiro, dos persas, que ocupava o país pela segunda vez. Com a morte de Alexandre, o Egito passou a ser governado por um de seus generais, Ptolomeu, que instaurou a dinastia conhecida como ptolomaica ou lágida (305 a.C. - 30 a.C.). Após o domínio greco-macedônico, o Egito foi ocupado pelos romanos tornando-se uma província imperial até 395 d.C., data em que foi subordinado ao Império Bizantino. 

Na época ptolomaica, o Egito sofreu grandes mudanças com a chegada de imigrantes que vieram se juntar à população nativa. A maior parte da população de origem helênica se concentrou em Alexandria, uma cidade grega com bairros separados conforme os grupos étnicos que nela habitavam (egípcios, judeus etc.). Por causa do papel predominante de Alexandria no mundo antigo o Egito inteiro era definido como sua chôra. O território egípcio era, então, considerado composto por duas partes: a pólis, Alexandria, e a chôra de Alexandria, que comportava todo o Egito, incluindo as metrópoles (capitais dos nomos). Enquanto em Alexandria se mantinha a cultura grega tradicional, na chôra a relação entre egípcios e gregos proporcionou outras formas de comportamento. As mulheres gregas eram minoria que deveriam habitar, prioritariamente, a cidade de Alexandria e, em menor grau, as outras póleis existentes no Egito: Náucratis, Ptolemais e Antinoópolis (após 130 d.C.). Por isto, o casamento entre gregos e mulheres egípcias deveria ser mais freqüente na chôra, pois os gregos e estrangeiros que viviam fora de Alexandria tiveram um maior contato com a população egípcia e, consequentemente, com a cultura e religião faraônica. 

Quando os romanos chegaram ao Egito, após aproximadamente trezentos anos de domínio macedônico, já existia uma camada da população formada por famílias gregas que haviam se misturado à população egípcia. Eram os chamados greco-egípcios. Possuíam nomes gregos e egípcios (os mesmos traduzidos de um idioma para outro) e transitavam em ambas esferas culturais e religiosas. 

Os romanos que viviam no Egito eram poucos, basicamente funcionários administrativos e soldados. Formavam uma elite social, cujos privilégios maiores advinham da detenção da cidadania romana, a qual foi, posteriormente, estendida pelo imperador Caracala a todos os habitantes do Império (212 d.C.). A dominação romana proporcionou ao Egito uma nova estratificação social. O grupo privilegiado passou a ser o dos cidadãos romanos. Em seguida, vinham os gregos, os judeus e, por último, os egípcios nativos. Casamentos de romanos, principalmente soldados, com mulheres egípcias eram comuns, apesar da proibição formal da lei romana a este respeito. 

A relação entre as culturas e religiões egípcia e greco-romana é complexa. Ambas as tradições não se misturaram, permanecendo inalteradas em sua essência. De fato, os templos egípcios continuaram a realizar da mesma maneira os seus cultos tradicionais, assim como os templos gregos e romanos estabelecidos no Egito. 

Em certos contextos, como na produção de estatuetas de terracota, existiu uma combinação de elementos religiosos que nos levam a considerar a existência de um certo amálgama cultural, quando houve, então, uma reciprocidade, uma troca de elementos culturais entre ambas as tradições. Enquanto as estatuetas de terracota de produção alexandrina seguiam o modelo helenístico das terracotas de Mirina e Tanagra, na chôra egípcia observamos uma associação maior entre os elementos egípcios e gregos, reforçada no período imperial romano. Em Alexandria, predominam os temas profanos inspirados em modelos gregos. É difícil, então, saber se as imagens eram religiosas ou meramente decorativas. As divindades do panteão grego são as que mais estão presentes nas representações: Eros, Apolo, Ártemis, Hermes, Pã e, principalmente, Afrodit
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