• Matéria: Sociologia
  • Autor: leticiaSantosLopes
  • Perguntado 8 anos atrás

Difícil caracterizar o estilo de Sócrates. Os próprios antigos lhe forjaram uma palavra sob medida, eirôn (de onde vem a palavra ironia), que deixa o tradutor moderno tão perplexo quanto o etimologista antigo. Traduzamos, para simplificar, por ‘aquele que se pretende ignorante’, que "diz menos do que parece pensar"; portanto, "finório", se tomarmos pelo lado pior, como Aristófanes, ou "reservado", se seguirmos Platão e Aristóteles. Mas também "ingênuo", se admitirmos sem discussão o que ele diz de si mesmo, ou "dissimulado", se não acreditarmos nisso.


Analise as alternativas e assinale a incorreta.

a) a ironia é escárnio e sarcasmo. Marcas de um método destrutivo, a ironia socrática é conhecida pelo nome de maiêutica: “dar à luz” novas ideias. Verdadeiramente vaidosa, essa atitude filosófica em Sócrates não pode ser separada da franca hipocrisia, como atesta, seu emblemático “só sei que nada sei”.

b) a ironia é distanciamento. Para poder filosofar, para colocar entre si e o mundo a barreira profilática do questionamento e da reflexão, é preciso reconhecer que a cada conhecimento obtido, uma nova ignorância se abre diante de nós. O conhecimento não é um estado, mas um processo, uma busca, uma procura pela verdade.

c) ironia: verdade e fingimento, ao mesmo tempo. Nem hipócrita, nem verdadeiramente franca, diz a verdade parecendo dizer o seu contrário. Realmente Sócrates diz a verdade: ele nada sabe, pois só ele sabe que, às questões que ele põe, não há nenhum saber constituído que possa responder. A ironia é refutação, com a finalidade de romper a solidez aparente dos preconceitos.

d) ironia é colocar em dúvida: o diálogo socrático vai justamente dissolver o saber irrefletido de seu interlocutor e reduzir a nada suas pretensões normativas. Curiosa inversão irônica: o “eu nada sei” (daquilo que acreditas que sei), mas tu sabes (o que tu não pensas que sabes)” se duplica num “tu nada sabes” (daquilo que acreditas saber).

e) ironia é espantar-se com o que já não espanta. Os momentos fugidios, roubados pela ironia à seriedade das coisas e à aderência da existência, são momentos preciosos: são momentos de consciência.

Respostas

respondido por: RafaelaLiraLIRA
57
A resposta correta é a:
a) a ironia é escárnio e sarcasmo. Marcas de um método destrutivo, a ironia socrática é conhecida pelo nome de maiêutica: “dar à luz” novas ideias. Verdadeiramente vaidosa, essa atitude filosófica em Sócrates não pode ser separada da franca hipocrisia, como atesta, seu emblemático “só sei que nada sei”.
respondido por: Matheusieti
30

Sim. A alternativa A está correta.

Em relação as diferenças no processo de reflexão dos dois filósofos, podemos afirmar que: 

Platão, diferente de Sócrates, deu base realista ao seu pensamento, tal como as pesquisas científicas, um objeto próprio de maneira que as idéias eternas e universais, ressaltam seus conceitos. 

Por outro lado, Sócrates mostrou em conceito o verdadeiro objeto da ciência. Por fim, Platão aprofundou a teoria e procurou determinar a relação entre o conceito e a realidade fazendo deste problema o ponto de partida da sua filosofia.

Aristóteles define o conhecimento como parte da busca pela lógica. Essa perspectiva parte do pressuposto que todo indivíduo sempre coloca em prática aquilo que sabe, além de afirmar aquilo que não sabem, porém, sua evolução permite que ele aprenda aquilo que não sabe.

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