• Matéria: História
  • Autor: latrel706
  • Perguntado 8 anos atrás

como o ndongo conseguiu se libertar do dominio do congo?

Respostas

respondido por: cleberestudem
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A luta de libertação do povo negro contra a opressão colonialista se caracteriza das mais deferentes formas, conforme o contexto em que se trava. 

Ela pode assumir formas de guerra regular ou de guerrilha, como no Ndongo e no Palmares e nos infinitos quilombos do Brasil e das Américas, em geral; pode assumir esforços diplomáticos e estabelecimento de alianças para alcançar objetivos comuns; pode se caracterizar pela rebeldia frente ao embarque nos navios tumbeiros, nas revoltas nesses navios, nos suicídios, no aborto, no "justiçamento" de senhores e feitores através de envenenamento.

Também na colaboração mínima possível como o trabalho forçado escravista, no resgate de bens e alimentos para manter ao máximo sua resistência e sua luta, na acumulação de recursos para a compra de cartas de alforria, nas insurreições como a de 1835 em Salvador, na implantação das instituições que mantêm a continuidade de seus valores civilizatórios, que promovem a coesão grupal e mantêm a integridade de identidade e afirmação existencial, na ocupação de espaços sociais negados pela política de embranquecimento no plano da sociedade oficial, etc.

O início, desta luta, que já dura cinco séculos, se caracteriza quando o império do Congo e, portanto, os diversos reinos que  o compunham, principalmente o Ndongo, começam a perceber o português não mais como estrangeiro, capaz de ter as honras de hospitalidade, mas como inimigo.

   Esta situação se apresenta durante o reinado de Ngola Kiluaniji II no Ndongo, quando ficaram claras as intenções portuguesas de fundar um império cristão na África, assentado na opressão colonialista escravista. Para conseguir sistematizar o tráfico escravista os portugueses começaram a forçar os sobas, chefes de província, a lhes pagar pela repressão armada a efetuarem seus pagamentos a coroa. Na realidade o que os portugueses pretendiam, era deportar os negros como escravos para o Brasil, ou faze-los à submeter a um Undar ou cerimônia de vassalagem, colocando-os sob a proteção da coroa portuguesa, nessa cerimônia formal, o chefe recebia o batismo cristão e era consagrado vassalo. Aí os portugueses detinham o poder sob os sobas que eram forçados a fornecer soldados para chamada Guerra Preta.

  Alguns poucos sobas procuraram se aproveitar dessa situação para darem vazão a seus delírios de poder, como os chefes Airi Kiluanji e Muxima Quitambonje, que acreditaram ser o caminho para se tornarem rei no Ndongo. Os portugueses causaram muitos problemas à luta pela libertação africana, provocaram guerra e o despovoamento que trouxe como conseqüência a desorganização da produção de mantimentos nestas áreas, e o escravo converte-se em moeda corrente nas relações com os portugueses. O império do congo logo começou a se ressentir dos efeitos do tráfico escravista que lhes tirava, em média, 5.000 pessoas por ano.

Os portugueses conseguiam atacar diversas aldeias e pequenas vilas que relativamente viviam desprotegidas, porque essas áreas eram autônomas frente ao poder central do Mani-Congo, rei do império do Congo, logo a guerra se espalhou e recrudesceu com a tentativa de Paulo Dias de se tornar Governador do Ndongo; missão a ele atribuída pelo rei D. Sebastião. Ele partiu para Ndongo (Angola) em 1575 para fundar o primeiro império cristão, levando setecentos soldados, colonos, quatro jesuítas e dois padres seculares. Paulo Dias tentara também obter as minas de sal, prata e ouro que os portugueses estavam convencidos que existiam no Ndongo. O rei Ngola Nbandi, teve como prisioneiro Luiz Dias primo de Paulo Dias que foi fracassado pela tentativa de se aproximar Ndongo liberto depois de confiscada a carga de seu navio.

  Por volta de 1579 a guerra se alastrou no Ndongo, pois Paulo Dias após desembarcar  na ilha de Luanda, atravessou para o continente e construiu uma fortaleza e fundou uma colônia que denominou de S. Paulo de Luanda, rompendo trado com o rei congolês Mpansa Mini a Lukeni Lua Mbamba de não penetrar nas ares de extração das conchas nzimbu, que era a moeda corrente no império. Essa colônia contou também com vários refugiados portugueses, dentre os quais quarenta opulentos traficantes, que se abrigavam na ilha de Luanda em 1560, depois de escaparem de uma ofensiva Jaga, povo vizinho aos Mbundo do Ndongo.

O soba Loyo Mushima Kita Mbonja participou de um Undar, tornando-o vassalo da coroa portuguesa, quando Dias conseguiu dobra-lo por causa da crise que o próprio Dias se encontrava, logo iniciou uma tentativa de avanço para o interior do continente, mas foi obstado pelas tropas do Ndongo. Mas dias não se deu como derrotado, e formou uma tropa que marcharam para o interior, quando subitamente sofreu um significativo revés na batalha em Tala Ndongo, embora as tropas do Ngola Kiluanji II sofressem também sérias baixas, milhares de africanos foram mortos de ambos os lados nesta violenta batalha.
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respondido por: GiihCath
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Por meio do tráfico clandestino de escravizados em Ndongo, esse reino conseguiu armas de fogo, o que o fez se livrar do domínio do Congo.

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