• Matéria: Geografia
  • Autor: thayisabelle
  • Perguntado 8 anos atrás

quando foi intensificado a geopolítica brasileira

Respostas

respondido por: guioliveira9
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A geopolítica é uma notável área do saber que floresceu da intersecção da geografia com a história, a ciência política, a estratégia e a segurança & defesa nacional, e sua longa e tumultuada trajetória tem sido a seu modo a expressão de importantes transformações do Estado Moderno e das relações internacionais.

2Sua ascensão e consolidação deu-se, sobretudo, no período de consolidação do capitalismo industrial e da forte expansão dos impérios coloniais. Ilustram-nas as concepções teóricas clássicas em seu nascedouro e que se difundiram pelo mundo desde a chamada Escola Alemã que surgiu no último quartel do século XIX, cuja inspiração foi fortemente impregnada pelas ideias de um Estado dotado de racionalidade política e técnica. Ao mesmo tempo, com suficientes reservas de poder que lhe permitissem atuar, nas esferas político-territoriais,enquanto uma superestrutura política nacional, centralizadora e primordialmente responsável pelas imprescindíveis tarefas de prover a defesa da soberania e de promover a coesão territorial.

3O exame das ideias e das práticas dos geopolíticos enquanto intelectuais, policy makers ou dirigentes governamentais que de forma independente ou engajada – nas instituições de pesquisa e nos aparelhos dos estados - dedicaram-se a ela, revela-nos a natureza e a influência desse campo de reflexão e de ação política na condução dos negócios territoriais internos e externos dos estados e nas relações de poder entre eles nas diversas ordens mundiais desde, pelo menos, o Tratado de Westfalia de 1648.

4Demonizando os riscos, ameaças e tentativas de fragmentação, ao mesmo tempo em que reifica a escala, valores, identidade e aspirações nacionais e suas projeções externas de poder (incluindo as de natureza especificamente territoriais), a concepção geopolítica clássica de Estado tem resistido ao tempo. Nós a denominamos de Estado ratzeliano, aquele que paira de forma absoluta e imperial sobre os indivíduos, grupos e a sociedade em geral, dissolvendo nesse domínio onipotente sua diversidade sociocultural e política, segmentos sociais, organizações e seus interesses particulares e espacialmente localizados, os projetos e conflitos entre eles, bem como as disputas que se processam entre autonomias políticas historicamente construídas e os sucessivos governos centrais.

5Essa concepção realista clássica marcou profundamente as teorias sobre as relações que se estabelecem entre política e território ao longo do século XX, fomentando o surgimento de escolas e instituições civis e militares abrangendo mais de três dezenas de países, desenvolvidos e periféricos e com regimes democráticos e autoritários. Adequadamente ajustada ao pragmatismo político dos estados, ela foi levada às últimas consequências nesses países, já que estes obtinham a legitimação política mediante a sua sempre presumida maior eficiência diante das ameaças à integridade territorial e aos superiores interesses soberanos nacionais.

6Contavam para isso com o relativo distanciamento, o beneplácito ou a expectativa geralmente passiva das sociedades nacionais em relação a essas questões que, de modo geral, tendiam a atribuir ao poder central o virtual monopólio sobre a política externa, além de se envolverem pouco com os problemas políticos-territoriais rotineiros dos seus respectivos estados-nações, salvo quando abaladas pelas situações-limite dos conflitos potenciais ou das guerras.

7Inversamente ao que supõem muitos dos seus críticos do meio acadêmico, esse tipo de concepção (e de exercício de poder político) tradicional dos estados modernos, apesar da sua derrocada moral devido à sua explícita e turbulenta aplicação ao nazismo alemão e às diversas modalidades de fascismo e autoritarismo nos países periféricos nas décadas seguintes, tem-se mostrado capaz de perenizar-se em diversas modalidades de arranjos institucionais dentro e fora da órbita estatal.

8Esse modo de operar as políticas de estado ainda está muito presente, por exemplo, nas estratégicas posições de inteligência, planejamento e comando de aparatos civis e militares com matrizes culturais, ideológicas e políticas variadas. Daí porque é comum que procurem escoimar ou dissimular o seu conteúdo originalmente centralizador e autoritário e preferirem, no mais das vezes, destacar sua natureza puramente instrumental, isto é, enquanto um aparato técnico, em condições de ser operado com eficácia nos assuntos especificamente territoriais no âmbito das políticas públicas em geral.

respondido por: Kened478
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Resposta:

Explicação: Foi intensificada em 1939-1945

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