Respostas
Como materialista, as perguntas que Demócrito se fazia eram direcionadas a entender quais circunstâncias causaram determinado evento, sem preocupar-se com o propósito ao qual o evento serve, o que é uma questão mais teleológica, aquela que trata da causa final, mais comum em filósofos como Platão e Aristóteles. A posição defendida por Demócrito era a de que tudo é resultado das leis naturais e portanto as questões da física podem ser explicadas por meio da compreensão da mecânica do mundo, interações entre elementos físicos, regidos pelas leis naturais.
Derivando de sua posição materialista geral, a posição de Demócrito acerca da natureza dos objetos do mundo dava conta de que tudo é composto de partículas indestrutíveis, entre as quais existe espaço vazio. Embora sejam geometricamente divisíveis, estas partículas são fisicamente indivisíveis, infinitas em quantidade e sempre estiveram em movimento. Quanto ao que hoje conhecemos como "peso atômico", a posição de Demócrito ainda é discutida, devido a pouca informação, mas se sabe que a sua posição comportava uma variedade de formas e tamanhos de átomos, chegando a afirmar diretamente a existência de átomos mais pesados que outros.
Esta variedade de átomos seria importante para explicar a diferença de solidez dos objetos no mundo. Demócrito utilizou os sentidos humanos para oferecer analogias que nos possibilitassem ter uma imagem dos átomos, distinguindo-os em formas, tamanhos e a maneira como se agrupam. Os átomos de Demócrito são sólidos inertes que interagem uns com os outros mecanicamente, alguns são pontiagudos, outros são lisos, escorregadios, e outros mais rígidos, quanto às conexões, supunha-se que possuíam ganchos e encaixes para possibilitar que se agrupassem. Por esta descrição, especialmente de sua forma de agrupação, podemos dizer que, a despeito do nome, os átomos de Demócrito são mais semelhantes ao conceito moderno de molécula do que ao conceito moderno de átomo. Embora moléculas sejam fisicamente divisíveis.