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O atentado da Rua Tonelero – tentativa frustrada de assassinar Carlos Lacerda – ampliou a crise política existente no governo democrático de Vargas e pavimentou o caminho para seu suicídio.
O governo estava em crise antes desse episódio, após o ocorrido, a sua manutenção tornou-se insustentável.
O atentado aconteceu no dia 5 de agosto de 1954, durante o segundo governo de Getúlio Vargas, eleito presidente nas eleições de 1950 com 48,7% dos votos. Nessas eleições, Getúlio Vargas derrotou seus adversários da UDN – Eduardo Gomes – e do PSD – Cristiano Machado. Economicamente, o Brasil sofria grande pressão com a escalada da inflação
As greves dos trabalhadores insatisfeitos com as dificuldades econômicas configuraram outro fator de desgaste para o governo de Vargas. Como resposta às insatisfações dos trabalhadores, Vargas determinou um aumento salarial de 100% em fevereiro de 1954, o que trouxe insatisfação para as elites econômicas e para o Exército, que não concordavam com o aumento salarial dos trabalhadores.
O Exército representou sempre um grande risco para Getúlio em seu segundo governo, pois sempre houve um risco de que um golpe fosse realizado. O Exército claramente estava dividido entre aqueles que apoiavam incondicionalmente Getúlio e sua política nacionalista e aqueles que criticavam o populismo de Vargas e queriam uma conduta mais incisiva do governo na luta contra o comunismo.