• Matéria: Filosofia
  • Autor: vitorialana9p6979m
  • Perguntado 7 anos atrás

Resiumo da Resenha sobre A origem do totalitarismo de Hannah Arendt

Respostas

respondido por: monnes2019
6

Resposta:

Arendt se concentra em alguns países como a França, a Inglaterra, a Alemanha e a Áustria para demonstrar a evolução do sentimento antijudaico.

O judaísmo desde o fim do século XVIII vivia um tempo de relativa paz e estabilidade na Europa. O livro explica a influência dos banqueiros judeus nas cortes europeias e como eles ajudavam a financiar as campanhas militares das diferentes nações pouco se importando com o regime sob o qual viviam. A família Rothschild, de origem alemã, era o símbolo do judaísmo internacional que buscava a aceitação no círculo de poder do continente. Na verdade, Arendt acredita que esse judaísmo com o poder do início do século XIX era respeitado e permitia os judeus viverem com segurança; mas isso mudou no final daquele século, pois o crescimento do Estado-nação fragilizou o poder dos banqueiros judeus, uma vez que os líderes desses Estados buscaram novas fontes de financiamento, e a população cristã passou a hostilizar essa massa judaica que tinha dinheiro mas não o poder. Arendt crê que havia uma discriminação até entre os judeus, pois aqueles que já estavam assimilados, em especial na Prússia, não queriam dividir os benefícios de cidadania e educação que algumas regiões da Europa forneciam com os judeus vindos da Polônia e outras nações atrasadas.

O caso Dreyfus, na França merece uma explicação mais longa no livro. É um caso simples e complexo ao mesmo tempo. Simples porque desde o início ficou clara a inocência do oficial judeu; complexo porque demonstrou uma sinistra aliança da direita com o exército e o clero, na tentativa de conseguir maior influência na República com o objetivo de destruí-la. Arendt culpa os jesuítas pela insistência em se tentar condenar Dreyfus mesmo quando foi declarada a sua inocência, e os jornais católicos pela onda de antissemitismo que se espalhou por vários países por causa desse acontecimento. Dreyfus foi inocentado entre outros motivos pela atuação do escritor Émile Zola, e pelo oportunismo político do governo Francês que não queria ver a exposição universal de Paris em 1900 boicotada por vários países.

Hannah Arendt passa agora a fazer uma reflexão sobre o imperialismo, que ela imediatamente associa ao desejo capitalista por novos mercados, ao racismo e ao que ela considera como ” o último estágio da burguesia”. Quanto à busca do lucro, isso fica mais claro quando estudamos o caso inglês na Índia e na África, da mesma forma que os Bôeres, sendo que esses últimos eram uma espécie de parasitas da sociedade negra africana.

Hobbes é identificado por ela como o filósofo da burguesia e que foi aquele que baniu a moralidade da vida pública, restando à sociedade ser governada por um tirano que mistura a todo o momento questões públicas e privadas. A filosofia de Hobbes justifica a busca do governante por mais poderes com um movimento incessante de expansão às custas de outros Estados. Como diz Arendt, o filósofo inglês foi o verdadeiro defensor da burguesia, pois justificava a acumulação de riqueza por parte dessa última com a justificação de um rei absoluto que garantiria a propriedade e a expansão de capital e bens mesmo que em prejuízo de outras pessoas.

Com essa filosofia absurda, todos aqueles que perseguiam à guerra como meio de expansão territorial e para acúmulo de riquezas tinham a partir de agora a desculpa de que isso representava a destruição de estruturas velhas e a chegada da , nas palavras de Arendt, ” última guerra que dê a todos os homens a vitória ou a morte.”

O imperialismo teve um aliado que muitos já haviam reconhecido antes de Arendt que é o racismo. O livro trata do racismo inglês, alemão e francês. O que é curioso é que o menos racista desses povos foi aquele que iniciou de certa forma todo esse conjunto de teorias falsas, no caso foi a França. Arendt lembra dessa situação paradoxal, ou seja, a nação que nos deu a declaração dos direitos do homem foi a que gerou o conde Gobineau. Esse talvez tenha sido o mais articulado dos teóricos do racismo, mas ele só foi ter influência real já no século XX. A França porém acreditava que poderia levar a civilization a todos os povos negros, o que não era o caso da Inglaterra. O século XVIII francês acreditava, segundo Tocqueville, “na variedade das raças, mas na unidade da espécie humana”. O racismo inglês e alemão podem mais facilmente ser associado a Charles Darwin e sua teoria evolucionista. Arendt menciona o pensamento racista e imperialista dos ingleses numa citação de Benjamim Disraeli: ” o grande homem é a personificação da raça, o seu exemplar seleto.” Outro racista e imperialista inglês declarou: ” o inglês é o Homem superior, e a história da Inglaterra é a história da sua evolução”.

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