Respostas
Embora, quanto às leis e ao direito, Santo Agostinho tenha concordado com Cícero e com o pensamento estóico, confrontou-se com o problema de adaptar tais idéias à crença na existência de um Deus pessoal e criador; todos os homens são iguais porque todos são filhos de Deus - eis a justiça divina. Mas eles serão tratados desigualmente, de acordo com seu mérito, que consiste na observância da lei divina (lex aeterna), da lei natural (lex naturalis) e, depois, da lei dos homens (lex humana).
O supremo ato de justiça do homem será a submissão à lei de Deus, seu criador e senhor, a quem devemos submissão; o homem só pode esperar de Deus a graça, que é gratuita, porque Deus nada lhe deve.
A igualdade absoluta e, portanto, a justiça perfeita, só existe na Cidade de Deus (reino do inteligível) - ante Deus, todo homem é servo. A Cidade dos Homens (reino do sensível), tem que se submeter à Cidade de Deus - sua finalidade é apenas a paz temporária, enquanto que a Cidade de Deus objetiva a paz eterna, Deus.
O homem deve ser ordenado para alcançar seu fim último; se alguém subverter essa ordem deverá ser punido, para conter sua maldade.