Exercício do texto 2: 1 – Faça um breve comentário NO SEU CADERNO sobre o texto 2. Comente no mínimo 10 linhas. Tenho o hábito de tentar escrever no calor e na inquietude do momento. Logo após ler uma notícia angustiante ou passar por uma situação que provoca reflexões. Parece que o sangue quente acelerado faz com que as palavras escorram mais rápido. Mas, às vezes, é essa mesma inquietude que trava e causa perplexidade diante do absurdo do que vivenciamos. Ai é melhor esperar e pensar bem para entender o que se passa, além de poder ver/ler/ouvir o que as demais pessoas estão falando sobre aquilo, como estão lidando com o mesmo fenômeno, que reflexões estão fazendo. Foi essa segunda situação que aconteceu ao ler, na terça-feira, a notícia de um jovem negro que foi amordaçado, amarrado e chicoteado por seguranças em um supermercado após tentar furtar alguns chocolates. Claro que o fato, por si, permite dezenas e dezenas de reflexões. Vou tentar concentrar a indigestão desse absurdo sobre uma perspectiva que reúne a relação do ato de violência com uma forma muito comum de ler e criticar o fenômeno que foi possível observar nesses dias: a referência ao nosso passado escravocrata como explicação para a violência racista praticada. Em textos, conversas ou publicações foi comum ver a associação do nosso passado escravocrata, onde negros sofriam chibatadas como forma de punição ou disciplina (quando não por puro sadismo, ou sempre) com a notícia do que ocorreu no supermercado. De fato, a relação é quase impossível de não ser feita. Contudo, apesar da manutenção da violência corporal, da simbologia das chibatadas sobre a pele negra, de toda essa representação da nossa história revivida, é preciso ter atenção para a compreensão de fenômenos distintos. Como Silvio Almeida esclarece sobre a relação entre Racismo e Escravidão, existem dois posicionamentos comuns: um destaca que o racismo é uma “espécie de resquício da escravidão, uma contaminação essencial que, especialmente nos países periféricos, impediria a modernização das economias e o aparecimento dos regimes democráticos”. Diante de cenas como essa em que revivemos a mesma violência praticada no período escravocrata, é comum associarmos o racismo com essa herança maldita, como um fenômeno atrasado e obsoleto da nossa sociedade. O problema dessa perspectiva não está em relacionar o racismo com uma origem escravista, mas sim o de situá-lo como algo datado e arcaico, que não teria “serventia” em nossa sociedade “civilizada”. A solução para o racismo, nessa ótica, passa basicamente por um “choque de modernidade e de civilismo para ultrapassar o racismo”. É como se negássemos que o racismo possui uma função atual e contemporânea tão importante para a manutenção de uma sociedade desigual quanto teve no período escravocrata. [...] O racismo é um fenômeno atual. Isso não nega a sua origem no regime escravocrata, mas, ao contrário, reconhece que apesar de se ter findado com o regime de exploração escravocrata – da forma tradicional, reconhecida formalmente pelas instituições como legítimo – o racismo se perpetua. Há uma atualização do racismo que se dissocia da escravidão. Não podemos contemplar o fim da escravidão e acreditar que com ela o racismo teria morrido, sobrando-se eventuais episódios inadequados que devam ser enterrados juntos a partir de uma “civilidade moderna”. A civilidade moderna é racista. É isso que torna o racismo estrutural: a sua atualização como condição para o regime capitalista contemporâneo. [...] O que temos, então, é a existência de um ato de violência que nos remete à uma herança escravocrata, mas que é uma representação moderna da nossa sociedade, e não um mero resquício de um passado
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Resposta:
O texto fala sobre o como a influência escravocrata ainda influência de maneira violenta e doentia no país, uma ''superação'' tão poderosa e libertadora como o fim da escravidão, é só uma coberta que atualmente puseram em cima de tanto preconceito. Não existe explicação pra tamanha barbaridade, violência física brutal, com apenas um jovem fazendo algo que qualquer criança de coração puro faria, um tom de pele escuro não deveria transferir de uma punição tal como uma conversa pacífica, a uma brutalidade mortal. Isso não é raro de acontecer, simplesmente não tem lugar nem hora, é absolutamente em QUALQUER lugar, de TODAS as maneiras. Nossa nação não deveria ser dividia em raça, somos todos únicos, e o respeito é essencial a nossas diferenças. Somos diversos, mas sem diversidade, nunca haverá amor puro em um lugar manchado por hipocrisia e maldade.. Palavras machucam, atitudes matam, quem somos nós por baixo de uma classificação de corpos, etnias e padrões? Somos apenas carne passageira que tem uma única oportunidade de fazer valer a pena, tendo empatia e educação.
autora: eu mesma kk
desabafei dando estrelinha, espero ter ajudadoo