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Qual é o gênero que vc precisa? Dissertação, artigo de opinião, crônica...
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Na Grécia Antiga, os cidadãos gregos acreditavam que, para o ser humano ser equilibrado, virtuoso e feliz, ele precisava desenvolver plenamente sua parte física e mental. Diferente do mundo clássico, na atualidade é comum o excesso de preocupação com a aparência física e material, e a falta de cuidado com a saúde cognitiva. Essa mudança de mentalidade é gerada por uma doutrinação carregada de preconceitos que é capaz de prejudicar a vida das pessoas para sempre.
Primeiramente, é importante destacar que o educador brasileiro Paulo Freire trabalhou a ideia de “Educação bancária”, que mostrava uma educação limitada em ensinar que as pessoas precisam estar sempre praticando ações produtivas, sem tirar um tempo para lazer ou cuidados mentais. Assim sendo, a educação não prepara o jovem emocionalmente, não instruindo em como eles podem enfrentar os problemas estressantes do cotidiano, além de forçarem a acreditar que eles precisam produzir muito para alcançar uma vida bem sucedida. Além dessa pressão do sistema, os indivíduos precisam conviver com o mundo ficcional das redes sociais. Ao navegar pelo Instagram, é comum se deparar com a vida impecável, próspera, cheia de viagens e abundância de felicidade existente apenas na realidade alheia, gerando uma ideia de vida fracassada e infeliz em quem absorve aquilo.
Diante de toda essa problemática influenciadora, as pessoas que não conseguem enxergar um propósito de felicidade na sua vida acabam desenvolvendo transtornos mentais, como crises de ansiedade, personalidade, bipolaridade e a conhecida depressão. Essa profunda tristeza, infelizmente, é tratada muitas vezes como frescura, falta de deus e até mesmo ausência de coragem para trabalhar. Esse tabu criado em cima de uma doença grave, dificulta que ela seja um assunto tratado abertamente no cotidiano, e acaba estimulando as vítimas a buscarem uma válvula de escape, que, em grande parte das vezes, é o suicídio. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, 90% dos suicídios poderiam ser evitados, ou seja, a atenção, cuidado e afeto com o próximo poderiam ser o suficiente para salvar uma vida.
Portanto, medidas são necessárias para resolver o impasse. É imprescindível que o Ministério da Educação, em parceria com o Ministério da Saúde, promova atendimentos com psicólogos e psiquiatras nas escolas, na qual ambos busquem instruir os jovens a não ficarem excessivamente preocupados em serem altamente produtivos, e também mostrem que a vida perfeita só existe nas redes sociais. Além disso, é fundamental que as instituições promovam debates e distribuam cartilhas educacionais alertando para a importância da discussão de distúrbios mentais, criando uma normalidade sobre o assunto para estimular as vítimas a procurem ajuda sem se sentirem envergonhados, e também criar um sentimento de empatia na população. Só assim, com uma educação voltada para o bem estar de todos, o pensamento grego de preocupação com a saúde mental poderá ser pauta do mundo atual.
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