a relação você vê entre a presença europeia na África e à situação do continente nos dias de hoje
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Prezada,
A presença europeia ocorreu durante muitos séculos e em diversos países, embora houvesse algumas diferenças na maneira como isso ocorreu. Assim, é preciso perceber que a África é um continente com vários países.
Entretanto, a situação de pobreza e os conflitos que marcam a realidade de muitos dos países do continente africano se deve, em grande parte, à situação histórica enfrentada pelos povos que o habitam em relação às práticas dos europeus por lá. Um dos primeiros episódios foi a invasão e ocupação de Ceuta pelos portugueses em 1415, que teve motivações econômicas e estratégicas. Era uma cidade extremamente rica, sendo um entreposto comercial. Eles saquearam a cidade e dividiram os bens das pessoas de lá entre os invasores. A cidade foi, então, tomada e governada pelos portugueses também como uma medida de enfraquecer o poder econômico e bélico do Marrocos. De maneira semelhante, durante séculos, boa parte dos povos africanos foram atacados e dominados por países europeus, como Portugal, Inglaterra, França e Bélgica,
Para melhor dominar esses povos, os europeus estimulavam brigas, intrigas, levando a conflitos e aproveitando para comprar os prisioneiros de cada uma das tribos para serem escravos. Dessa maneira, muito ressentimento e raiva entre eles foram gerados, bem como milhões de africanos foram assassinados ou escravizados, sendo levados para o continente americano. Com isso, a cultura de muitas tribos e povos, bem como suas sociedades, foram desestruturadas e perdidas, constituindo um verdadeiro genocídio.
Enquanto outra etapa dessa atuação europeia na África, o neocolonialismo do final do século XIX e primeira metade do século XX obrigou a que muitos africanos deixassem de trabalhar em suas plantações para coletarem marfim e outros produtos para os europeus. Em muitos casos, as mulheres e crianças das tribos eram mantidas prisioneiras até que as quantidades de produtos desejados fosse obtida. Quando não se conseguia cumprir, as mãos e pés das pessoas eram cortados, conforme visto nas fotografias em anexo (realidade do Congo durante o domínio belga)
Complicando ainda mais essa situação, os europeus dividiram o território do continente africano entre si sem considerar os povos que lá estava, colocando sob um mesmo território povos que eram inimigos e, muitas vezes, estimulando os conflitos entre eles. Assim, para ficarem livres, já na segunda metade do século XX, muitos povos africanos que eram inimigos, mas estavam sob o mesmo território, acabaram unindo forças contra os europeus para obterem sua independência, deixando, por um momento, suas diferenças de lado.
Após obterem sua independência, os velhos ressentimentos e os conflitos históricos, bem como disputas de poder entre clãs e tribos, levaram às guerras e conflitos, que ainda hoje assolam a região.
Além disso, os europeus no continente africano não se miscigenam tanto como ocorreu na América, gerando problemas como o Apartheid, que impedia o acesso dos negros à educação e às decisões políticas, dentre outros recursos públicos de países como a África do Sul, situação que só mudou com a libertação e eleição de Nelson Mandela.
Contribuindo ainda mais para o problema, a maior parte das pessoas capacitadas eram brancos, que, em grande parte, foram embora de volta às metrópoles após as independências dos países africanos. Assim, houve um "apagão" de mão-de-obra qualificada na região, bem como instituições políticas frágeis, que possibilitaram a chegada de ditadores ao governo.
Como consequências da ocupação europeia vemos também o crescimento da população de maneira insustentável, a formação de cidades desordenadas, a destruição do modo tradicional de vida e da cultura.
Na busca de minimizar ou modificar essa situação de pobreza não há soluções fáceis. Poderíamos imaginar que transferindo dinheiro para esses países ajudarem seus cidadãos famintos auxiliaríamos na resolução do problema. Entretanto, os governantes, habituados à corrupção impune, utilizam esses recursos para uso próprio, desviando esse dinheiro para contas escondidas em paraísos fiscais, como a Suíça.
Portanto, apenas com um processo continuado de médio e longo prazo, com investimento pesado em educação, melhoria das instituições públicas, combate à corrupção, dentre outras ações necessárias, será possível melhorar o desenvolvimento econômico e diminuir os conflitos na África. Nada mais justo que as nações europeias auxiliem nesse processo, haja vista o dever moral de fazê-lo após serem tão beneficiadas por tantos séculos com a exploração desse continente.
Para complementar essa explicação, sugiro que veja os vídeos " A História do Mundo em Duas Horas , " Armas germes e Aço Conquista", e " Armas germes e aço 3/3 - Entre os Trópicos 1/4 ", encontrados facilmente no you..tube.
Bons estudos!
A presença europeia ocorreu durante muitos séculos e em diversos países, embora houvesse algumas diferenças na maneira como isso ocorreu. Assim, é preciso perceber que a África é um continente com vários países.
Entretanto, a situação de pobreza e os conflitos que marcam a realidade de muitos dos países do continente africano se deve, em grande parte, à situação histórica enfrentada pelos povos que o habitam em relação às práticas dos europeus por lá. Um dos primeiros episódios foi a invasão e ocupação de Ceuta pelos portugueses em 1415, que teve motivações econômicas e estratégicas. Era uma cidade extremamente rica, sendo um entreposto comercial. Eles saquearam a cidade e dividiram os bens das pessoas de lá entre os invasores. A cidade foi, então, tomada e governada pelos portugueses também como uma medida de enfraquecer o poder econômico e bélico do Marrocos. De maneira semelhante, durante séculos, boa parte dos povos africanos foram atacados e dominados por países europeus, como Portugal, Inglaterra, França e Bélgica,
Para melhor dominar esses povos, os europeus estimulavam brigas, intrigas, levando a conflitos e aproveitando para comprar os prisioneiros de cada uma das tribos para serem escravos. Dessa maneira, muito ressentimento e raiva entre eles foram gerados, bem como milhões de africanos foram assassinados ou escravizados, sendo levados para o continente americano. Com isso, a cultura de muitas tribos e povos, bem como suas sociedades, foram desestruturadas e perdidas, constituindo um verdadeiro genocídio.
Enquanto outra etapa dessa atuação europeia na África, o neocolonialismo do final do século XIX e primeira metade do século XX obrigou a que muitos africanos deixassem de trabalhar em suas plantações para coletarem marfim e outros produtos para os europeus. Em muitos casos, as mulheres e crianças das tribos eram mantidas prisioneiras até que as quantidades de produtos desejados fosse obtida. Quando não se conseguia cumprir, as mãos e pés das pessoas eram cortados, conforme visto nas fotografias em anexo (realidade do Congo durante o domínio belga)
Complicando ainda mais essa situação, os europeus dividiram o território do continente africano entre si sem considerar os povos que lá estava, colocando sob um mesmo território povos que eram inimigos e, muitas vezes, estimulando os conflitos entre eles. Assim, para ficarem livres, já na segunda metade do século XX, muitos povos africanos que eram inimigos, mas estavam sob o mesmo território, acabaram unindo forças contra os europeus para obterem sua independência, deixando, por um momento, suas diferenças de lado.
Após obterem sua independência, os velhos ressentimentos e os conflitos históricos, bem como disputas de poder entre clãs e tribos, levaram às guerras e conflitos, que ainda hoje assolam a região.
Além disso, os europeus no continente africano não se miscigenam tanto como ocorreu na América, gerando problemas como o Apartheid, que impedia o acesso dos negros à educação e às decisões políticas, dentre outros recursos públicos de países como a África do Sul, situação que só mudou com a libertação e eleição de Nelson Mandela.
Contribuindo ainda mais para o problema, a maior parte das pessoas capacitadas eram brancos, que, em grande parte, foram embora de volta às metrópoles após as independências dos países africanos. Assim, houve um "apagão" de mão-de-obra qualificada na região, bem como instituições políticas frágeis, que possibilitaram a chegada de ditadores ao governo.
Como consequências da ocupação europeia vemos também o crescimento da população de maneira insustentável, a formação de cidades desordenadas, a destruição do modo tradicional de vida e da cultura.
Na busca de minimizar ou modificar essa situação de pobreza não há soluções fáceis. Poderíamos imaginar que transferindo dinheiro para esses países ajudarem seus cidadãos famintos auxiliaríamos na resolução do problema. Entretanto, os governantes, habituados à corrupção impune, utilizam esses recursos para uso próprio, desviando esse dinheiro para contas escondidas em paraísos fiscais, como a Suíça.
Portanto, apenas com um processo continuado de médio e longo prazo, com investimento pesado em educação, melhoria das instituições públicas, combate à corrupção, dentre outras ações necessárias, será possível melhorar o desenvolvimento econômico e diminuir os conflitos na África. Nada mais justo que as nações europeias auxiliem nesse processo, haja vista o dever moral de fazê-lo após serem tão beneficiadas por tantos séculos com a exploração desse continente.
Para complementar essa explicação, sugiro que veja os vídeos " A História do Mundo em Duas Horas , " Armas germes e Aço Conquista", e " Armas germes e aço 3/3 - Entre os Trópicos 1/4 ", encontrados facilmente no you..tube.
Bons estudos!
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