Escreva de forma poética a importância das mulheres negras na criação da indentidade brasileira.
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Respostas
A partir a década de 1970 foi que houve uma explosão da literatura que tinham mulheres como vanguardistas. A partir desta década de fato foi que houve a expansão da literatura negra propriamente dita, com produções tanto de mulheres quanto de homens negros comprometidos com as causas da negritude. Buscando sua auto representação e a quebra de imagens negativas essas mulheres acabam se aglutinando em movimentos literários e passam assim a expressarem seus próprios desejos poéticos, suas dores, lutas, histórias, anseios e memórias. Com isso aos poucos essas mulheres vão se apresentando por suas próprias mãos e rompem com os estereótipos literários que erram atribuídos a elas na historia e tradição da literatura brasileira.
Com essa proposta de buscar essa autoafirmação da identidade feminina negra pela linguagem literária, podemos elencar algumas poetisas negras quem vem produzindo textos literários e por meio de suas produções tem conquistado novos espaços e instigado uma revisão nos conceitos sobre o sujeito negro feminino brasileiro. São essas vozes que surgem e novas imagens passam a existir, uma poética construída agora sobre as próprias mãos, outrora amordaçadas, e pelas vozes emudecidas de Maria Firmina dos Reis, Conceição Evaristo e Carolina Maria de Jesus. Para vencer as barreiras de gênero e da cor, que vão além de “sexo frágil”, essas mulheres negras optaram pela escrita e produziram sua própria literatura lírica, que relevam as subjetividades desse segmento social. A escrita da mulher (escrita feminina) já traduz por sim só um significado particular, nesse contexto essa mesma escrita assume conotações de gêneros sobre mulheres brancas e negras, da escrita feminina e negra. A respeito da escrita das mulheres negras, Miriam Alves concebe esta da seguinte forma:
É de um lugar de alteridade que desponta a escrita da mulher negra. Uma voz que se assume. Interrogando, se interroga. Cobrando, se cobra. Indignada, se indigna. Inscrevendo-se para existir e dar significado à existência, e neste ato se opõe. A partir de sua posição de raça e classe, apropria-se de um veículo que pela história social de opressão não lhe seria próprio, e o faz por meio do seu olhar e fala desnudando os conflitos da sociedade brasileira